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    Deficit público volta a 5% do PIB após quase 11 anos

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    28/11/2014 12h16

    O deficit do setor público chegou a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) nos 12 meses encerrados em outubro deste ano, segundo o Banco Central. Desde o fim do primeiro ano do governo Lula (2003-2010) o indicador fiscal não superava esse patamar.

    Há apenas seis anos, em outubro de 2008, as contas públicas apresentavam deficit de 1,4% do PIB. Na época, o ministro Guido Mantega (Fazenda) chegou a fala na possibilidade de o Brasil estar a caminho de um "deficit zero".

    A mudança na política econômica iniciada naquele ano, com aumento de gastos e do endividamento público, no entanto, alterou essa trajetória.

    Esse deficit é resultado da diferença entre dois números. Os juros da dívida pública nos 12 meses encerrados em outubro chegaram a 5,6% do PIB. O superavit primário feito para pagar essa conta foi de apenas 0,6% no mesmo período.

    O aumento do resultado negativo nas contas públicas é um dos fatores que contribuíram para elevar o endividamento dos governos federal, estaduais e municipais.

    A dívida bruta alcançou 62% do PIB em outubro e, segundo projeção do BC, deve continuar nesse patamar em novembro. É o maior percentual desde novembro de 2009 (62,4%).

    GRAU DE INVESTIMENTO

    O anúncio da nova equipe econômica e das metas para as contas públicas nos próximos três anos foi destacado pelo BC como fator que deve ajudar ao Brasil a não perder o seu grau de investimento, a nota de crédito que mostra o país como bom pagador.

    Ao apresentar os dados de outubro, o chefe adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha, destacou "os fundamentos da economia brasileira, considerando inclusive os do setor externo, e também as perspectivas para os próximos anos".

    Afirmou ainda que "o anúncio de medidas feito ontem, juntamente com a indicação da nova equipe econômica, trabalha no sentido de melhorar a confiança dos agentes na economia brasileira".

    Rocha disse que o BC espera uma trajetória mais sustentável para diversos indicadores econômicos, "de forma que o Brasil deve seguir com sua condição de grau de investimento".

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