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    Gilberto Carvalho diz que Levy terá autonomia limitada na Fazenda

    ADRIANO BARCELOS
    DO RIO

    28/11/2014 14h55

    O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse entender as críticas de seu partido, o PT, a Joaquim Levy, escolhido pela presidente Dilma Rousseff para ocupar o Ministério da Fazenda, mas afirmou que as diretrizes não cabem ao ministro.

    "Tem que ser uma coisa muito clara isso: quem governa é a presidenta, não é o ministro. O ministro não tem autonomia para fazer uma política própria. Ele faz uma política dirigida pela presidenta, discutida com a presidenta e resolvida pela presidenta", afirmou Carvalho.

    O ministro tratou de reduzir a importância dos nomes que ocuparão o primeiro escalão em 2015 e afirmou que ao partido interessam as diretrizes do governo reeleito em outubro.

    Nesta quinta-feira (27), o Palácio do Planalto confirmou os nomes dos novos titulares da área econômica do governo.

    O engenheiro naval Joaquim Levy vai comandar o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa assumirá a pasta do Planejamento, como antecipou Vera Magalhães, editora do 'Painel'. Eles ocuparão os cargos de Guido Mantega e Miriam Belchior, respectivamente.

    Em nota, a Secretaria de Comunicação da Presidência informou que Alexandre Tombini convidado a permanecer no cargo.

    NOMES

    "Essa história de nomes, assim, ou assado, conta muito pouco. Ainda mais com o perfil da presidenta, que é uma pessoa muito cônscia do que quer fazer e com decisões muito claras. Não vejo razões para críticas. Compreendo porque as pessoas tem o direito de se expressar, mas não vejo razão pra isso" disse Carvalho, para completar em seguida:

    "O que vai determinar o respeito a essa militância são os sinais concretos que o governo emitir a partir de janeiro, no sentido da continuidade das políticas sociais, do crescimento com distribuição de renda, da valorização do salário mínimo, daquilo que tem sido a espinha dorsal do nosso governo."

    KÁTIA ABREU

    Outro ponto de fricção na Esplanada deve ser a pasta da Agricultura. Cotada para ocupar o cargo, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) agrada ao agronegócio, mas é vista como adversária pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) e por setores ambientalistas do PT. Carvalho, porém, acredita que na hipótese de Abreu ser a escolhida muito pouco vai mudar no ministério.

    "De 2003 até agora, quem ocupou o Ministério da Agricultura não tem nenhum perfil de progressista. É um ministério cuja função, quase que culturalmente, está voltada para um representante do setor do agronegócio. O que nos interessa é o que vai ser no Ministério do Desenvolvimento Agrário, no Ministério do Desenvolvimento Social", afirmou.

    TERRA PROMETIDA

    Carvalho comentou ainda a operação da Polícia Federal que investiga o repasse irregular de lotes de reforma agrária em Mato Grosso, deflagrada na quinta-feira e batizada como operação "Terra Prometida" e fez um paralelo com a Lava-Jato, outra ação da PF que investiga irregularidades na Petrobras.

    "Em nada abala (o trabalho do Ministério do Desenvolvimento Agrário). Primeiro, porque tem de esperar a definição desses processos e a formulação das acusações. Por enquanto são apenas acusados. Segundo, porque o processo de reforma agrária não passa por esse tipo de comportamento se é que ele existiu. Não se pode misturar uma coisa com outra. Não são os erros de gente dentro da Petrobras que invalidam a Petrobras, o pré-sal e assim por diante. A gente não mistura uma coisa com a outra, de jeito nenhum", concluiu.

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