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    BC tenta acalmar mercado sobre dólar

    DE BRASÍLIA

    29/11/2014 02h00

    O Banco Central deixou aberta a possibilidade de manter o programa de intervenções diárias no mercado de câmbio no início de 2015.

    A nova declaração foi uma resposta à alta do dólar nesta sexta (28), provocada pela interpretação de que a autoridade monetária encerraria sua intervenção no mercado de câmbio, que tem como efeito segurar as cotações.

    Na quinta (27), durante a entrevista de apresentação da nova equipe econômica, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse que o estoque de contratos de câmbio ofertados até o presente momento "já atende de forma significativa à demanda por proteção cambial".

    Com isso, a moeda americana à vista, referência no mercado financeiro, avançou 2,37%, para R$ 2,5733. O dólar comercial, usado no comércio exterior, teve alta de 1,70% para R$ 2,572.

    Sergio Moraes/Reuters
    O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, no lançamento de moedas comemorativas da Olimpíada de 2016
    O presidente do BC, Alexandre Tombini, no lançamento de moedas comemorativas da Olimpíada do Rio

    Ontem, em entrevista exclusiva ao "Blog do Planalto", Tombini disse que ainda não há uma definição sobre a manutenção ou não da intervenção e negou ter indicado que ela esteja próxima do fim.

    "Eu não disse absolutamente nada em relação ao que vai ser o programa a partir de janeiro de 2015. Eu disse que temos uma posição confortável. Também disse que o volume atual ligeiramente superior a US$ 100 bilhões é um nível bom de proteção aos agentes econômicos, proteção contra variações bruscas na taxa de câmbio", afirmou.

    Desde agosto de 2013, o BC tem atuado por meio da venda de novos contratos de swap cambial (o que aumento o valor desse estoque) e também fazendo a renovação dos papéis que vencem todos os meses.

    Nas entrevistas, Tombini afirmou que está garantida a manutenção das operações de renovação, pois o BC não vê necessidade de retirar esse estoque do mercado, o que geraria ainda mais pressão sobre o câmbio.

    FISCAL

    Também em entrevista ao blog, o futuro ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou que a meta necessária para estabilização da dívida pública é de no mínimo 2% do PIB, "considerando que não haja transferências para bancos e outras fontes de crescimento da dívida bruta".

    "Dados o baixo crescimento deste ano de 2014 e o tempo que a economia exigirá para voltar a acelerar, no primeiro ano, em 2015, a meta e superavit primário do setor público deve ser de 1,2% do PIB. Nos anos seguintes subirá para 2%", afirmou.

    "Vamos alcançar isso com todas as medidas e a disciplina que for necessária."

    Levy disse ainda que o cumprimento dessas metas e a redução da dívida são importantes para criar confiança na economia e garantir a recuperação da atividade e a geração de recursos para as políticas de inclusão social.

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