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    Com menor ritmo de exportações, deficit comercial atinge US$ 2,4 bi

    RENATA AGOSTINI
    DE BRASÍLIA

    01/12/2014 15h37

    As importações superaram as exportações em US$ 2,4 bilhões em novembro, informou nesta segunda-feira (1) o Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior).

    Trata-se do maior deficit comercial para o mês desde 1994, quando se inicia a série histórica da pasta.

    No ano, o saldo está negativo em US$ 4,2 bilhões. A diferença entre o que o país importa e exporta não era tão grande desde 1998, quando o deficit até novembro foi de US$ 6,1 bilhões.

    O fraco desempenho do mês passado é reflexo da queda expressiva nas exportações, que somaram US$ US$ 15,7 bilhões, uma redução de 25% frente ao mesmo mês de 2013.

    As importações em novembro também caíram em relação ao ano passado, mas em ritmo inferior. O país comprou US$ 18 bilhões em mercadorias do exterior, queda de 6% frente ao mesmo período de 2013.

    As vendas caíram em todos os segmentos de produtos: manufaturados (-31,7%), semimanufaturados (-6,2%) e básicos (-25%). Já as importações retrocederam em bens de consumo (-9,3%), matérias-primas (-8,3%) e bens de capitais (-8,1%), mas aumentaram as compras de combustíveis e lubrificantes (+9,8%).

    EXPECTATIVA DE DEFICIT

    Pela primeira vez no ano, o governo reconheceu que o país deve ter deficit comercial no ano. Até o início do mês passado, mesmo com um saldo negativo bilionário acumulado, o Mdic ainda insistia na possibilidade de superavit.

    O relatório Focus, que reflete as previsões de economistas do mercado financeiro, divulgado nesta segunda-feira (1) antes do anúncio do resultado da balança já trazia estimativa média de deficit comercial para 2014.

    A pesquisa, feita com cerca de 100 analistas mostrou que, na média, o mercado calcula resultado negativo de US$ 60 milhões no ano.

    No início de novembro, a expectativa média ainda era de superavit de R$ 1,1 bilhão.

    Em 2013, o superavit de US$ 2,6 bilhões foi possível graças à exportação "artificial" de sete plataformas de petróleo contratadas pela Petrobras, que inflaram as exportações brasileiras em US$ 7,8 bilhões.

    A exportação é fictícia, já que o equipamento não chega a sair do país. Após ficar pronta, a plataforma é vendida a uma empresa estrangeira, que a aluga novamente à estatal no Brasil.

    A manobra é legal e ocorre por meio do Repetro (Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação), que possibilita às empresas pagar menos impostos.

    Este ano, contudo, tal ajuda limitou-se a apenas duas plataformas, no valor total de US$ 2 bilhões. Não há previsão pela Petrobras de novas plataformas até o final do ano.

    DESTINOS

    As exportações brasileiras caíram para quase todos os destinos em novembro, com exceção dos Estados Unidos e Europa Oriental.

    As maiores quedas foram para China (41%) e Argentina (-28,4%).

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