Os produtores rurais de São Paulo são os mais competitivos do país, segundo estudo divulgado nesta terça-feira (2) pelo Instituto CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)
O ranking foi formulado a partir da análise de seis variáveis: infraestrutura para o transporte dos produtos, nível de educação do trabalhador rural, qualidade dos serviços de saúde, ambiente macroeconômico, grau de inovação e disponibilidade de mão de obra no Estado.
Para a criação dos indicadores, foram utilizados dados de 2011.
Santa Catarina, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul vieram em segundo lugar. "O indicador de cada um desses Estados está muito próximo, por isso, não é possível precisar quem está melhor", afirmou Marcelo Ávila, assessor técnico do Instituto CNA.
No terceiro bloco, ficaram Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás e Rio de Janeiro.
Apesar de ser o Estado com o maior índice de produtividade por trabalhador, o Mato Grosso ficou no quarto bloco do ranking.
"Foi uma surpresa. É o Estado onde o trabalhador rural mais produz, mas quando ele vai escoar, esbarra em gargalos que, por exemplo, não existem em São Paulo", diz Ávila.
Segundo ele, a infraestrutura é justamente o que explica a posição de destaque de São Paulo. O Estado foi o primeiro colocado na qualidade das rodovias e na movimentação portuária e perdeu apenas para o Rio de Janeiro em densidade ferroviária.
QUALIDADE DE VIDA
A entidade também mediu, num segundo estudo, a qualidade de vida no campo. O levantamento mostrou que São Paulo é o Estado onde há menor diferença entre a qualidade das moradias rurais e urbanas.
Segundo o Instituto CNA, os produtores paulistas têm casas melhores do que os do resto do país. O "índice de moradia" foi construído a partir da análise dos materiais usados na construção da casa, do alcance dos serviços públicos na região onde ela está localizada e dos bens instalados na casa como telefone, fogão, geladeira e televisão.
O estudo foi feito com base em dados oficiais do governo, como os fornecidos pela PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios).
"Em alguns momentos conseguimos ver semelhanças entre os dois estudos. Os Estados mais competitivos conseguem dar moradias melhores aos seus trabalhadores", afirmou Arno Jerke Júnior, assessor técnico do Instituto CNA.
Segundo ele, a observação do índice de qualidade de vida pode ajudar na formulação de políticas públicas em cada Estado.
"O indicador permite identificar lacunas e, assim, saber onde é preciso investir para melhorar a qualidade de vida dos produtores", afirmou.