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    Minério de ferro 'tira' R$ 6 bilhões da balança comercial deste ano

    TATIANA FREITAS
    DE SÃO PAULO

    03/12/2014 02h00 Erramos: o texto foi alterado

    Cerca de US$ 6 bilhões deixarão de entrar na balança comercial brasileira neste ano por causa da queda nos preços do minério de ferro.

    O cálculo, conservador, é da AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil), que considerou o preço médio de US$ 80 por tonelada exportada na estimativa.

    No terceiro trimestre deste ano, porém, a Vale exportou minério de ferro por US$ 68 a tonelada, em média. Logo, o rombo na balança comercial pode ser ainda maior.

    O segundo principal produto exportado pelo Brasil -o minério perdeu o posto recentemente para a soja- tem o pior desempenho entre as commodities neste ano.

    O preço, no mercado à vista chinês, acumula desvalorização de 48% desde janeiro. Na sexta-feira (28), a tonelada valia US$ 69,80, segundo o Steel Index Price.

    O mais preocupante é que a queda não para por aí. Na média, o valor do minério exportado pelo Brasil ficará entre US$ 65 e US$ 70 por tonelada no próximo ano, segundo estimativa da AEB.

    "A projeção está bem otimista. O preço da tonelada exportada já está ao redor de US$ 60", diz José Augusto de Castro, presidente da AEB.

    O impacto na balança, porém, deve ser menos intenso em 2015, devido à base de comparação mais baixa.

    Castro arriscou uma estimativa para as perdas com o baixo preço do minério no próximo ano: US$ 2 bilhões. Mas destaca que esse número ainda é preliminar.

    A AEB deve divulgar a sua primeira estimativa para o saldo comercial do ano que vem no próximo dia 17.

    SUPERAVIT NEGATIVO

    Além do minério, contribuirão para a queda no total das exportações a soja e o petróleo, que também enfrentam cenário de queda de preços. Em contrapartida, o país deve gastar menos com a importação de gasolina e diesel.

    A maior incógnita, diz Castro, refere-se ao comércio de produtos industrializados. A tendência é que a taxa de câmbio ajude as exportações e que a retração na demanda interna limite as importações.

    "Podemos até ter um superavit no ano que vem. Mas ele será negativo, mais motivado por uma queda na demanda do que pelo aumento das vendas externas", afirma.

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