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    Falida, malharia Sulfabril tenta leiloar sua última fábrica e não recebe lances

    FELIPE BÄCHTOLD
    DE PORTO ALEGRE

    05/12/2014 02h00

    O leilão da última fábrica da Sulfabril, que já foi uma potência no setor têxtil no país, terminou ontem (4) sem interessados. Localizada em Blumenau, a fábrica (SC) é também sede da empresa.

    Ao longo do ano, a Sulfabril, em processo de falência desde 1999, vem se desfazendo dos últimos bens para quitar dívidas de R$ 100 milhões.

    Administrada por um síndico indicado pela Justiça, a empresa continua operando, mas fabrica uma fração do que produzia e emprega 700 funcionários –eram 5.000 no auge, nos anos 1970 e 1980.

    Divulgação
    A fábrica da Sulfabril, ícone da indústria têxtil nacional nos anos 80, em Blumenau (SC)
    A fábrica da Sulfabril, ícone da indústria têxtil nacional nos anos 80, em Blumenau (SC)

    Naquela época, a empresa investia em publicidade e se tornou conhecida pelo país com garotos-propaganda como Os Trapalhões. Era a segunda fabricante de artigos de malha de algodão na América Latina, com um conjunto de fábricas em Santa Catarina e no Rio Grande do Norte.

    "Ela era muito forte, fazia parte da identidade de Blumenau. Mas foi definhando e perdendo espaço", diz o professor de economia Nazareno Schmoeller, da Universidade Regional de Blumenau.

    Com a abertura para os importados, nos anos 90, a Sulfabril entrou em decadência.

    Falhas na gestão também são apontadas como motivo para a derrocada. Gerhard Fritzsche, filho do fundador, foi condenado em primeira instância por irregularidades administrativas (ele não se manifesta sobre o caso).

    A família proprietária não tem mais poder no grupo, que continuará funcionando até que sejam levantados recursos para pagar ex-funcionários, bancos e fornecedores.

    O atual administrador, Celso Mário Zipf, diz ter dificuldades em operações do dia a dia, já que financiadores e fornecedores evitam negócios antes do leilão.

    No leilão fracassado, o lance mínimo para a fábrica era de R$ 45 milhões, apesar de o valor estimado ser de R$ 90 milhões. Na semana passada, a marca da empresa já havia ido a leilão por R$ 20 milhões –metade do valor estimado–sem interessados.

    A situação fica indefinida. Segundo o síndico, ela continua em processo de falência e em busca de investidores.

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