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    Lojas intensificam personalização e deixam cliente criar produto único

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    08/12/2014 02h00

    Se for depender dos irmãos Gustavo, 36, e Carlos Freire, 33, nenhum dos relógios vendidos pela empresa deles será igual. A Brother&Brother permite que o cliente monte seu próprio relógio com diferentes mostradores, ponteiros e pulseiras. Os produtos são vendidos pela web ou na loja da empresa, em um shopping de Barueri (São Paulo).

    Após a escolha das peças, um relojoeiro faz a montagem em até três dias. Os itens são vendidos por preços entre R$ 800 e R$ 1.050. A empresa, iniciada em abril deste ano, deve faturar R$ 650 mil em 2014. Segundo Gustavo, a maior dificuldade de ter um negócio do tipo é encontrar fornecedores para criar peças com os mesmos padrões para diferentes combinações. A maioria dos componentes vem da China e do Japão.

    Intensificando a possibilidade oferecida pela internet de manter pequenos negócios vendendo para nichos pouco atendidos pelo varejo, algumas lojas virtuais têm permitido que o próprio cliente crie os seus produtos.

    Karime Xavier/Folhapress
    Carlos (à esq.) e Gustavo Freire, criadores do e-commerce de relógios Brother&Brother
    Carlos (à esq.) e Gustavo Freire, criadores do e-commerce de relógios Brother&Brother

    Mas não basta só montar a plataforma para que os clientes criem o que quiserem. É importante ter uma comunicação diferenciada para cada tipo de público, conhecer os hábitos dos consumidores e oferecer ideias de produtos, diz Sthefan Gabriel Berwanger, professor da BSP (Business School São Paulo).

    Um dos desafios para esse mercado decolar é a dificuldade de encontrar equipamentos e formas de organizar a produção. O objetivo é fazer com que a fabricação não tenha custos proibitivos.

    "Como a produção em menor escala é mais cara, o produto encarece e a demanda é menor. Esse mercado terá uma virada quando conseguir aumentar a automação da produção", diz Mauricio Salvador, presidente da ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).

    Para manter sua competitividade, a ChocoCrie, que permite a compra de barras de chocolate com ingredientes escolhidos pelo cliente, oferece diferentes níveis de personalização.

    Para o consumidor comum, os doces custam de R$ 10,50 a R$ 25 e podem incluir itens como cacau em pó ou flocos de ouro.

    As maiores adequações ao gosto do freguês acontecem nas vendas corporativas, em que a compra de mais produtos iguais diminui os custos de produção. Nesse caso, a ChocoCrie também permite a criação das embalagens e chocolates com formatos diferentes, diz Filipe Onuki Libano, 29, sócio da empresa.

    A companhia começou a funcionar em junho do ano passado, com investimento de R$ 250 mil, e pretende faturar R$ 400 mil neste ano.

    Karime Xavier/Folhapress
    Camila e Filipe Onuki vendem barras de chocolate pela web
    Camila e Filipe Onuki vendem barras de chocolate pela web

    VENDA DE CAMISETAS

    Outro tipo de negócio que permite a personalização é a venda de camisetas, mercado em que atuam as empresas Vitrinepix e Kamisetas, nas quais o cliente pode colocar frases ou imagens nas peças pela internet.

    A primeira delas pertencia ao fundo de investimentos e.Bricks e foi comprada neste ano pela empresa alemã Spreadshirt, especializada na personalização de itens variados (incluindo bolsas, roupas de bebês e bonés). O grupo deve faturar € 73 milhões (R$ 232 milhões) em 2014. Os valores da transação não foram revelados.

    Viviane Mendes, 36, presidente e fundadora da Vitrinepix, conta que a empresa permite que o usuário, além de criar camisetas com cores e imagens de sua preferência, também coloque suas criações à venda na plataforma da empresa e defina a margem de lucro que quiser.

    A empresa tem capacidade de produzir 500 camisetas por dia e pretende triplicar esse número em 2015, a partir de investimentos em novas unidades para produção.

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