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    Desemprego no terceiro trimestre fica estável em 6,8%, informa IBGE

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO
    DE SÃO PAULO

    09/12/2014 09h07

    A taxa de desemprego no país no terceiro trimestre ficou em 6,8%, mostrou na manhã desta terça-feira (9) a Pnad Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

    A taxa representou estabilidade em relação à registrada no segundo trimestre, mas houve avanço pequeno no volume de novos postos de trabalho e recuo na quantidade de trabalhadores com carteira carteira assinada e também na de pessoas ocupadas especificamente na região sudeste.

    A formalização do mercado de trabalho se manteve estável, ainda que tenha recuado em números absolutos do segundo para o terceiro trimestre.

    Segundo o IBGE, o percentual de trabalhadores com carteira assinada dentro da força de trabalho ficou em 78,1%, mesmo desempenho do segundo trimestre.

    Editoria de arte/Folhapress

    A redução dos postos com carteira assinada no setor privado na passagem do segundo para o terceiro trimestre em números absolutos foi insuficiente para influenciar o índice, mas indica uma migração para a informalidade, já que cresceu o número de trabalhadores por conta própria no período.

    Foi a primeira vez na série, iniciada no primeiro trimestre de 2012, que o emprego com carteira caiu na passagem de um trimestre para o outro. O volume total de pessoas com carteira assinada recuou em 227 mil no período, uma queda de 0,6%. Assim como na taxa de ocupação,

    Na comparação do terceiro trimestre com igual período do ano passado, o resultado do desemprego, contudo, veio melhor. Houve aumento mais expressivo no número de pessoas ocupadas e também de postos com carteira assinada.

    A taxa de desocupação no terceiro trimestre foi de de 6,9%, 0,1 ponto percentual abaixo do registrado em igual período de 2013. Foi registrado aumento de 1,094 milhão no número de pessoas ocupadas, o referente a uma alta de 1,2% no indicador, que fechou o trimestre em 92,3 milhões. Também ocorreu aumento de 2,9% no volume de trabalhadores com carteira assinada, que atingiram 36,6 milhões ao final do período. Foram criados 1,017 milhão de postos formais no intervalo de um ano.

    A Pnad Contínua é mais abrangente pesquisa de emprego do IBGE. Enquanto a PME (Pequisa Mensal de Emprego) investiga as seis principais regiões metropolitanas, a amostra da Pnad Contínua coleta dados em todo o país.

    DESEMPREGADOS

    O contingente de desempregados no país somou, no terceiro trimestre, 6,7 milhões de pessoas, pouco abaixo do registrado nos três meses imediatamente anteriores, que foi 6,8 milhões. Houve também recuo em relação ao verificado em igual trimestre de 2013 (6,8 milhões). Dessa forma, a população desocupada caiu 1,4% nas duas bases de comparação.

    Por outro lado, o total de ocupados avançou 0,2% em relação ao segundo trimestre, para 92,3 milhões. Na passagem do segundo para o terceiro trimestre, a criação de vagas foi de 217 mil postos, volume pouco significativo em relação ao número total de ocupados, na casa dos bilhões, e também frente à quantidade de municípios do brasil, de pouco mais de 5.600.

    Chama atenção o fato de que região sudeste, que concentra a maior parte da geração de riquezas do país e representa 44% do mercado de trabalho brasileiro, tenha sido a única das cinco regiões brasileiras a apresentar queda no número de pessoas ocupadas nas duas bases de comparação. Na passagem dos trimestres, foram fechadas 55 mil vagas na região e na comparação anual, 124 mil.

    "A população ocupada sobe praticamente em todas as regiões, com a exceção do Sudeste. A carteira de trabalho, embora tenha crescido na comparação anual, no período mais recente apresenta redução. Parte expressiva dessa redução vem também da região sudeste. Outro dado que chama atenção é o aumento expressivo da população não economicamente ativa que, em um ano, subiu aproximadamente 1,758 milhão, número do qual 87% vêm da região sudeste", afirmou o coordenador de Trabalho de Rendimento do instituto, Cimar Azeredo.

    O Sudeste foi a região que teve também a maior queda no emprego formal, de 192 mil pessoas. O Sul também reduziu sua quantidade de postos de trabalho formal, em 57 mil. Apenas a região norte teve aumento da formalização, com a criação de 36 mil novas vagas com carteira assinada, na mesma base de comparação."Cerca de 84% da queda do volume de trabalhadores com carteira é proveniente do que aconteceu na região sudeste", disse Azeredo.

    FORA DA FORÇA DE TRABALHO

    A Pnad Contínua também mostrou uma tendência, já verificada pela PME, de aumento das pessoas fora da força de trabalho, que são os desempregados que não estão em busca de emprego. Esse contingente, que atingiu 63 milhões de pessoas no terceiro trimestre, alta de 0,9% frente ao segundo trimestre deste ano e de 2,8% em relação ao verificado em igual período do ano passado.

    A Pnad contínua ainda não tem dados completos sobre rendimento e por hora não é possível identificar o motivo para que essas pessoas não busquem emprego. Há entre analistas o sentimento que o rendimento alto do trabalhador brasileiro permite que, no arranjo familiar, o jovem possa postergar sua entrada no mercado de trabalho para dedicar mais anos de sua vida aos estudos. Ou, então, que pessoas mais velhas não busquem complementar sua aposentadoria com outra atividade. A Pnad indica, apenas, que 55% dos que estão fora da força não tem o ensino fundamental completo.

    ATRASO

    Devido à greve que durou 77 dias no instituto, entre maio e agosto, houve atraso na divulgação dos indicadores da Pnad Contínua. O dado do terceiro trimestre foi divulgado com um mês de atraso. Já os número do segundo trimestre, divulgados em novembro, atrasou em três meses, já que o previsto era em agosto.

    A Pnad é mais abrangente que a Pesquisa Mensal de Emprego, indicador mensal do IBGE. A Pnad visita 211 mil domicílios nas quatro regiões do país, ao longo de três meses de coleta.

    A pesquisa ainda é divulgada com dados incompletos. Informações sobre rendimento e grupamentos de atividades, atualmente presentes na PME, ainda não foram incorporados à divulgação. Os dados completos estão previstos para 6 de janeiro, conforme determinação do TCU (Tribunal de Contas da União). O objetivo do IBGE é substituir a PME pela Pnad Contínua em 2015.

    A PME abrange apenas as seis principais regiões metropolitanas do país, em que são visitados 45 mil domicílios ao longo de um mês de coleta.

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