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    Investidores abrem mais ações contra a Petrobras nos Estados Unidos

    RAQUEL LANDIM
    DE SÃO PAULO

    10/12/2014 02h00

    Mais ações coletivas foram abertas nesta quarta-feira (10) contra a Petrobras na Justiça dos Estados Unidos, pedindo ressarcimento aos investidores pelas perdas provocadas pelos casos de corrupção.

    Em três dias, são cinco processos. Segundo advogados envolvidos, várias ações devem ser protocoladas nas próximas semanas e serão reunidas pela Justiça americana em um grande caso.

    Nos EUA, as ações coletivas demoram, em média, três a quatro anos para chegar a um desfecho, mas podem ter um resultado desastroso para as companhias.

    O prejuízo é tão grande que as empresas optam por um acordo. Entre as maiores penalidades já pagas em casos semelhantes, estão a Enron (US$ 7,2 bilhões), a WorldCom (US$ 6,2 bilhões) e a Tyco (US$ 3,2 bilhões).

    Editoria de Arte/Folhapress

    A ação coletiva é um instrumento que não existe na legislação brasileira e que permite que qualquer investidor se beneficie da decisão, mesmo que não tenham participado do processo.

    No Brasil, os investidores que se sentirem lesados têm que processar a Petrobras individualmente, o que aumenta o custo para o acionista minoritário e reduz o prejuízo para a empresa.

    Até a manhã desta quarta-feira, cinco escritórios americanos haviam entrado com processos contra a estatal: o Wolf Popper, o Rosen Law Firm, o Pomerantz Law Firm, o Kahn Swick & Foti e o Brower Piven.

    "Queremos que os investidores sejam ressarcidos pela queda no preço dos papéis", diz Phillip Kim, do Rosen Law. Desde que o caso veio à tona, com a prisão de ex-executivos da empresa, os ADRs (recibos de ações) caíram 46% na Bolsa de Nova York.

    De acordo com André Almeida, do escritório Almeida Advogados, que é parceiro do Wolf Popper no Brasil, a Justiça americana também costuma conceder "danos punitivos" -uma espécie de indenização para os investidores.

    "Ao esconder os casos de corrupção, a Petrobras enganou os investidores. A estatal pagou mais por um ativo do que ele valia, comprometendo seu lucro", diz Almeida.

    Segundo o advogado, cerca de dez fundos de investimento já entraram em contato com o escritório para fazer parte do caso.

    De acordo com a Bloomberg, 523 fundos e instituições financeiras possuem ADRs da Petrobras. Entre eles, BlackRock, Bank of America, Credit Suisse, Wellington Management, Dimensional Fund e Delaware Management Business.

    OUTRO LADO

    A Petrobras informou, por meio de nota, que foi notificada sobre a primeira ação aberta nos EUA, pelo escritório Wolf Popper, e que realizará a sua defesa por meio de escritório de advocacia americano especializado.

    Também reiterou que está colaborando com as investigações conduzidas pelas autoridades públicas.

    A companhia poderá pedir à Justiça que desconsidere o processo por falta de mérito.

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