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    Ações da Petrobras têm novo dia de queda e pressionam Bolsa

    DE SÃO PAULO

    10/12/2014 12h01

    Com queda de mais de 30% no ano, as ações da Petrobras têm nova baixa nesta quarta-feira (10), na esteira da desvalorização dos preços do petróleo no exterior e diante das ações judiciais movidas contra a empresa nos Estados Unidos.

    Às 12h (de Brasília), o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha baixa de 0,51%, para 49.936 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 670 milhões. A maior pressão sobre o índice vinha das ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras, que perdiam 2,46%, para R$ 11,08 cada uma. Esses papéis já tinham atingido na véspera seu menor valor em dez anos.

    Mais ações coletivas foram abertas nesta quarta contra a Petrobras na Justiça dos Estados Unidos, pedindo ressarcimento aos investidores pelas perdas provocadas pelos casos de corrupção. Em três dias, são cinco processos. Segundo advogados envolvidos, várias ações devem ser protocoladas nas próximas semanas e serão reunidas pela Justiça americana em um grande caso.

    Segundo analistas, uma possível suspensão dos ADRs (recibos que representam ações de uma empresa na Bolsa de Nova York) da Petrobras por causa das ações judiciais seria mais um grande problema que a estatal –já envolvida em escândalos de corrupção e sem divulgar balanço auditado– teria de lidar.

    Isso porque os ADRs representam cerca de 22% do capital social da empresa e custaria muito para a companhia se fosse necessário realizar a operação de recompra desses papéis em posse dos investidores nos EUA para vendê-los aqui no Brasil, segundo Ricardo Kim, da XP Investimentos. A medida "pressionaria ainda mais as ações [da Petrobras]", disse em relatório.

    A economia chinesa também segue no radar dos investidores nesta quarta. A inflação naquele país atingiu mínima de cinco anos em novembro, alimentando expectativas de que Pequim irá agir de forma mais agressiva para conter o risco de deflação em uma economia em desaceleração.

    Dados chineses de balança comercial e medidas de aperto no crédito de curto prazo derrubaram os preços das commodities no mundo todo nesta semana, diante de sinalizações de desaquecimento da segunda principal economia global. Nesta terça, as ações preferenciais da Vale –que tem a China como principal destino de suas exportações– mostravam recuo de 0,90%, às 12h, para R$ 17,48 cada uma.

    O setor financeiro também contribuía para manter o Ibovespa no vermelho, especialmente com a queda de Itaú Unibanco (-0,67%) e do papel preferencial do Bradesco (-0,32%). Os bancos representam o segmento com maior peso dentro do índice.

    Investidores seguem cautelosos em relação às medidas que deverão ser tomadas pela nova equipe econômica do governo num cenário de crescimento fraco do PIB (Produto Interno Bruto), juros em alta e inflação em torno do limite do teto da meta em 12 meses.

    As expectativas aumentaram após o emprego na indústria ter caído novamente em outubro. O número de pessoas ocupadas no setor recuou 0,4% frente a setembro. Foi a sétima taxa negativa seguida nessa base de comparação, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta quarta.

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, operava praticamente estável em relação ao real, às 12h, com ligeira queda de 0,05%, para R$ 2,593 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,19%, também para R$ 2,593.

    O Banco Central deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,3 milhões.

    A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 490,2 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 40% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, que equivale a US$ 9,827 bilhões.

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