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    BRF, de alimentos, se prepara para ampliar presença internacional

    DA REUTERS

    12/12/2014 18h36

    A fabricante brasileira de alimentos BRF está se preparando para ampliar sua presença internacional, focando em consumidores finais de regiões no sul e sudeste da Ásia, em um movimento que pode incluir parcerias com grupos locais ou mesmo aquisições, disse o diretor financeiro da empresa, Augusto Ribeiro, nesta sexta-feira (12).

    "A empresa está com uma situação de caixa fantástica. Fusões e aquisições e parcerias são chave para nós", disse o executivo a jornalistas. Ele citou como países-alvo a Índia, Malásia e Indonésia.

    Na China, o grupo segue negociando formação de joint venture, mas o executivo não deu detalhes.

    A companhia encerrou o terceiro trimestre com caixa de cerca de R$ 5 bilhões e um nível de endividamento sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 1,4 vez, nível considerado baixo pela própria BRF.

    Segundo Ribeiro, diante da forte posição de caixa e do baixo endividamento, a BRF deve ampliar sua alavancagem no processo de fusões e aquisições a ser promovido para a expansão internacional do grupo.

    "Não vamos ter problema para acessar mercado de dívida. Vemos bancos nos incentivando a captar", disse o executivo. "Historicamente, o nível de alavancagem da BRF sempre foi ao redor de 2 vezes [dívida líquida sobre Ebitda]", acrescentou.

    ESTRATÉGIA

    A BRF abriu sua primeira fábrica própria no Oriente Médio em novembro, em Abu Dhabi. A unidade tem capacidade para produção de 70 mil toneladas de produtos processados como hamburgueres, volume que deverá ser alcançado nos próximos dois a três anos.

    A fábrica se encaixa na estratégia da empresa de criar fora do Brasil uma estrutura de "farm to fork", da fazenda à mesa dos consumidores.

    A unidade recebe carne congelada produzida no Brasil e faz o processamento para uma série de produtos com margens maiores.

    "Queremos que a empresa se transforme de uma exportadora para uma multinacional", disse o diretor de "global desk" da BRF, José Humberto Teodoro Jr.

    A área foi recentemente criada na companhia e tem como objetivo ajudar na conexão entre as unidades produtoras de alimentos no Brasil com os planos de expansão internacional do grupo.

    PERDIGÃO DE VOLTA

    A BRF avalia que a queda nos preços de grãos deve criar um ambiente favorável à melhora de margens de lucro da indústria de alimentos no próximo ano, mas o quadro pode gerar também um crescimento acelerado na oferta de frango, afetando os preços dos produtos.

    No mercado interno do Brasil, a BRF se prepara para o relançamento da marca Perdigão em julho do próximo ano nos segmentos de presunto e linguiça curada.

    A empresa está impedida de vender produtos com a marca Perdigão há cerca de três anos, como exigência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para permitir a incorporação da Sadia pela Perdigão, que deu origem à BRF.

    O relançamento da marca deve ajudar a companhia a enfrentar aumento da concorrência com a JBS Foods.

    "É possível uma guerra de preços, mas a volta da Perdigão dará uma tranquilidade maior para a gente", disse Teodoro Jr..

    Mesmo com uma marca só de presunto, a BRF tem uma participação de mercado de cerca de 60%, atualmente, disse Ribeiro.

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