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    Harley quer lançar em 2016 sua moto elétrica

    JOSIAS SILVEIRA
    DE COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DE MIAMI

    13/12/2014 02h00

    A aceleração é um soco no estômago –em quatro segundos, chega-se a 100 km/h. O ruído parece uma turbina de avião, lembrando a moto do filme "Tron", de 1982.

    O painel tem o formato de um tablet, com gráficos e informações digitais. Voando alguns metros acima, um drone filma a motocicleta percorrendo ruas e estradinhas norte-americanas.

    Não é um filme de ficção cientifica nem um mergulho no futuro, mas, sim, o teste da LiveWire, o protótipo elétrico da Harley-Davidson.

    Divulgação
    Harley-Davidson Live Wire tem visual futurista e desempenho de moto esportiva; motor elétrico e baterias dividem espaço na parte central do quadro
    Harley-Davidson Live Wire tem visual futurista e desempenho de moto esportiva; motor elétrico e baterias dividem espaço na parte central do quadro

    Ninguém esperava que uma moto tão revolucionária fosse desenvolvida logo pela mais que centenária e tradicional marca americana. Entre as grandes, só a sempre ousada BMW tem em linha um modelo movido a eletricidade, o scooter C.

    As surpresas continuam. A LiveWire é ágil no uso urbano e em manobras e curvas, tudo inesperado em uma Harley. O desempenho manteve-se francamente esportivo em todo o teste, com acelerações muito rápidas em qualquer velocidade.

    LABORATÓRIO

    O programa da Harley tem mais de 30 motos construídas artesanalmente, que percorrem os EUA e a Europa para testes de jornalistas e de clientes da marca. A intenção é colher opiniões para aperfeiçoar o produto, pois o lançamento comercial deverá acontecer em 2016.

    Com lugar apenas para o piloto, a motocicleta tem um motor elétrico de 74 cv alimentado por baterias de níquel-cádmio. Elas representam metade dos 210 kg do peso total da LiveWire.

    Dentro do falso tanque estão componentes e computadores que comandam a parafernália eletrônica. Tudo é controlado por meio do painel em formato de tablet, que exibe informações como a distância que se pode rodar sem recarga. Com tanta tecnologia, o preço, que ainda não foi definido, deverá ser bastante elevado.

    O tempo de recarga completa em uma tomada doméstica de 220 volts é de pouco mais de três horas.

    As baterias também são reabastecidas quando se alivia o acelerador, o que produz um efeito de frenagem tão potente que é possível rodar com a LiveWire no trânsito urbano praticamente sem usar o freio convencional.

    Já o ruído de turbina é real, resultado do barulho do motor elétrico e das engrenagens do pequeno diferencial, que reverberam dentro de uma capa de alumínio polido.

    FIOS APARENTES

    Entre os detalhes a serem aperfeiçoados estão alguns fios aparentes, a posição dos retrovisores de difícil visualização, a adoção de ABS para evitar que as rodas travem facilmente (como acontece agora) e uma recalibragem da suspensão, que é dura até para as estradas americanas.

    Espera-se que até o lançamento esses detalhes sejam resolvidos. Até lá, a LiveWire vai medindo sua popularidade em testes e ações de marketing, como a participação especial no filme "Os Vingadores 2", que estreia em 2015.

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