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    Um quarto das famílias compromete mais de 30% da renda com o aluguel

    PEDRO SOARES
    DO RIO

    17/12/2014 10h13

    Das famílias que vivem em casas alugadas, 25,7% comprometiam, em 2013, 30% ou mais de seu rendimento para pagar pela moradia. Esse percentual cresceu um pouco frente a 2004, quando 24,6% dos lares estavam nessa situação, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quarta-feira (17).

    O percentual de 30% comprometimento da renda é classificado pelo IBGE como um "ônus excessivo" para esse tipo de despesa. O instituto usou como referência regras de financiamentos da Caixa (nos quais só 30% da renda pode ser usada para pagar a prestação do imóvel) e de instituições internacionais.

    Para famílias de renda mais baixa, a situação é pior. Nos lares com rendimento per capita até meio salário mínimo, 55% da renda era destinada ao pagamento do aluguel.

    No Brasil, 20,3% das famílias moravam de aluguel –esse percentual era de 17,8% em 2004.

    Segundo Bárbara Cobo, coordenadora de Indicadores Sociais do IBGE, a especulação imobiliária e as valorização dos imóveis (que tem reflexo no preço do aluguel) em muitas áreas do país leva a esse comprometimento maior com a despesa com moradia.

    Em 2012 e 2013, por exemplo, o custo da locação de imóveis subiu muito acima da inflação, medida pelo IPCA. Essa despesa aumentou 8,95% e 12,01%, respectivamente. O índice oficial de inflação do país registrou taxas mais baixas: 5,84% em 2012 e 5,91% em 2013.

    O custo maior dos aluguéis "rebate" em outro indicador apontado pela pesquisa, diz Cobo. A postergação da saída dos adultos jovens de 25 a 34 anos da casa dos país, que ficam mais tempo com a família para estudar. Esse fenômeno é chamado de "geração canguro".

    BENS DURÁVEIS

    Pelos dados do IBGE, mais lares tinham, simultaneamente, computador, internet, DVD, TV e máquina de lavar. Em 2008 (não há dados disponíveis para 2004), o percentual era de 21% dos domicílios. Em 2013, subiu para 34,5%. Já para as famílias de menor renda (até 1/2 salário per capita), os percentuais avançaram de 2,2% para 10,5%.

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