A secretária Maria Aparecida Oliveira, 63, trabalha há 47 anos. Aposentada desde 1992, hoje, ela vive seu primeiro emprego informal, em um centro médico.
Foi ela quem pediu que a carteira não fosse assinada. "Por que eu vou pagar o INSS? Não tem retorno, você só paga e ganha uma aposentadoria mixuruca", reclama.
Com o emprego, Maria consegue dobrar o orçamento: ela recebe R$ 1.700, tanto na aposentadoria quanto no trabalho atual.
Ernesto Rodrigues/Folhapress | ||
Maria Aparecida de Oliveira, aposentada que trabalha informalmente em centro médico para complementar a renda |
Ela começou a trabalhar aos 16 anos. Já passou por escritórios de fábrica de sapatos, indústria de vidro, advocacia –sempre com carteira assinada.
Sem o salário, ela teria dificuldade para pagar as contas, afirma.
Maria também se queixa da falta de oportunidades para pessoas mais velhas. "Na minha faixa etária é difícil encontrar emprego. No Brasil, depois dos 40, mulher não arruma nada", diz.
O trabalho atual só foi conseguido por indicação.
Apesar de já ter cumprido os anos necessários para se aposentar, Maria se diz feliz em continuar trabalhando. Hoje, vive com a irmã em um apartamento na zona norte de São Paulo.