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    Ações da Petrobras disparam mais de 5% e impulsionam Bolsa; dólar cai

    DE SÃO PAULO

    18/12/2014 12h27

    A sinalização de que o banco central dos Estados Unidos será paciente para elevar os juros naquele país foi recebida positivamente pelos investidores nesta quinta-feira (18). O receio era que um aumento antecipado na taxa provocaria uma fuga de recursos hoje alocados em emergentes de volta para a economia americana.

    Isso porque os títulos do Tesouro dos EUA, que são remunerados por esses juros e considerados de baixíssimo risco, ficariam mais atraentes do que aplicações em mercados mais arriscados, como os emergentes. A taxa, atualmente, segue em seu menor patamar histórico, entre zero e 0,25% ao ano. A expectativa continua sendo de elevação somente em meados do ano que vem.

    Com isso, as Bolsas do mundo inteiro mostravam ganho neste início de tarde. No Brasil, o Ibovespa, principal índice do mercado de ações nacional, tinha valorização de 1%, às 12h25 (de Brasília), para 49.199 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,155 bilhão –na véspera, registrou a cifra recorde de R$ 44,9 bilhões.

    O alívio com os juros americanos também afetava positivamente o câmbio. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 1,17% sobre o real, cotado em R$ 2,668 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 1,22%, para R$ 2,668.

    PETROBRAS

    As ações da Petrobras ajudavam a empurrar o Ibovespa para cima. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da estatal tinham valorização de 5,38%, às 12h25, para R$ 10,18 cada um. Já os ordinários (com direito a voto) subiam 5,19%, para R$ 9,51.

    Segundo analistas, além do cenário de menor aversão ao risco, também influencia positivamente a petroleira neste pregão a alta nos preços do petróleo no exterior, após várias quedas recentes. Há ainda uma percepção de que os escândalos de corrupção dentro da estatal geram necessidade de melhora na governança futura, o que é positivo aos acionistas.

    Mesmo assim, as ações da Petrobras continuam com forte perda no mês e no ano. "O governo estuda reduzir a exigência de conteúdo nacional nas compras da Petrobras e rever a legislação do pré-sal para aliviar situação da companhia. Se implementada, [a medida] ajuda a estatal, porém não resolve o grave problema em relação ao caixa da empresa", disse Ricardo Kim, da XP Investimentos.

    "Sem balanço auditado, o caixa [da Petrobras] acabará entre final de abril início de maio e ainda iniciará um processo de vencimento antecipado de dívidas, piorando ainda mais a situação da companhia", acrescentou o analista da XP em relatório.

    PAPÉIS

    Assim como no último pregão, papéis do setor siderúrgico voltavam a subir fortemente na Bolsa nesta quinta. À frente deles, a Gerdau tinha valorização de 4,56%, às 12h25, para R$ 9,41. Analistas do Bank of America Merrill Lynch elevaram a recomendação da siderúrgica para compra, embora tenham reduzido o preço-alvo da ação para R$ 12.

    Na ponta negativa do Ibovespa, o declínio do dólar frente ao real enfraquecia ações de empresas que se beneficiam da depreciação cambial, como as exportadoras Fibria (-1,87%) e Suzano (-2,35%), além de Embraer (-0,38%).

    O movimento no câmbio também ofuscava algum eventual impacto positivo sobre os papéis da fabricante de aeronaves da aprovação no Congresso de medida provisória que cria um plano de desenvolvimento da aviação regional.

    As ações do Pão de Açúcar recuavam 0,56%, após a rede francesa de varejo Carrefour confirmar a venda de 10% da sua subsidiária brasileira a Abilio Diniz, ex-presidente do conselho de administração do Pão de Açúcar.

    LEILÕES DO BC

    A menor pressão no câmbio também refletia as atuações do Banco Central. Nesta quinta, o BC fez seu leilão diário de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 196,2 milhões.

    A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 486,7 milhões.

    Haverá pela tarde um reforço de um leilão de linha de crédito de US$ 2 bilhões para injetar recursos novos no mercado. É uma operação em que o BC vende a moeda estrangeira, mas com a obrigação, por parte de quem toma o empréstimo, de devolver o dinheiro após um determinado período.

    Os empréstimos desse tipo têm sido utilizados pelo BC para atender a uma demanda de fim de ano por dólares, principalmente de exportadores.

    Com Reuters

    Folhainvest

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