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    BC prevê deficit na balança comercial e rombo em transações correntes

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    19/12/2014 11h20

    A balança comercial brasileira fechará o ano no vermelho pela primeira vez desde 2000, segundo projeção do Banco Central divulgada nesta sexta-feira (19). A instituição espera que as importações superem as exportações em US$ 2,5 bilhões.

    Este será também o maior déficit comercial do país desde 1998, quando as compras de produtos importados superaram as vendas brasileiras ao exterior em US$ 6,6 bilhões.

    Moacyr lopes Junior - 25.ago.14/Folhapress
    As importações devem superar as exportações em US$ 2,5 bilhões, diz BC, e balança comercial fechará no vermelho
    Importações devem superar exportações, diz BC, e balança comercial fechará o ano no vermelho

    Para 2015, o BC espera que as exportações voltem a superar as importações, resultando em um superavit de US$ 6 bilhões (venda de US$ 234 bilhões e compras de US$ 228 bilhões).

    TRANSAÇÕES CORRENTES

    O resultado da balança comercial é um dos fatores que levaram o BC a revisar a projeção de deficit nas transações correntes do Brasil com o exterior de US$ 80 bilhões (3,52% do PIB) para US$ 86,2 bilhões (3,94% do PIB).

    Em termos nominais, o valor será recorde. Na comparação com o PIB, será o maior resultado negativo desde 2001 (4,2% do PIB).

    Contribuiu para a revisão o resultado de novembro de 2014, um déficit de US$ 9,3 bilhões, valor recorde para o mês. De janeiro a novembro, o deficit soma US$ 80 bilhões, acima dos US$ 72,5 bilhões do mesmo período do ano passado.

    Para 2015, o BC projeta déficit nas transações correntes de US$ 83,5 bilhões (3,80% do PIB).

    INVESTIMENTOS

    O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que a piora nas projeções para as contas externas em 2014 refletem os dados ruins da balança comercial nos últimos três meses.

    Para 2015, o BC espera uma virada no saldo comercial. A recuperação se daria por conta da desvalorização do câmbio, da perspectiva de maior crescimento global e da redução no deficit na balança de combustíveis e petróleo.

    Maciel disse também que a expectativa do governo é de uma situação confortável de financiamento do deficit externo em 2015.

    Pelo terceiro ano seguido, o IED (Investimento Estrangeiro Direto) não será suficiente para cobrir todo o resultado negativo, como ocorreu em 2013 e deve se repetir em 2014, mas o BC avalia que outras fontes de recursos, como empréstimos externos, vão garantir a entrada de recursos no país.

    A projeção do BC é que o IED recue em 2014 pelo terceiro ano seguido, para US$ 63 bilhões e suba para US$ 65 bilhões no próximo ano, ainda abaixo do recorde verificado em 2011 (US$ 66,7 bilhões).

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