• Mercado

    Saturday, 04-May-2024 10:12:18 -03

    Empresário deve deixar teimosia quando o negócio vai mal

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    21/12/2014 02h10

    Empreendedores devem abandonar a teimosia e perceber rapidamente quando uma ideia que parecia ótima no papel precisa ser modificada, afirma Silvio Passarelli, diretor da faculdade de administração da Faap.

    "É obrigação do empreendedor deixar de ser teimoso. Às vezes, por vaidade, para não dizer que errou, ele persiste, o que pode sair caro."

    Empresários contam como mudaram ao ver que seu mercado iria acabar

    Os principais aspectos do negócio aos quais o empreendedor deve estar atento são a lucratividade e o retorno que a empresa dá em relação ao dinheiro que foi investido.

    Raquel Cunha/Folhapress
    Empresário Fabio Mazzon Sacheto, 42, fundador da Florus
    Empresário Fabio Mazzon Sacheto, 42, fundador da Florus

    No caso da Florus, indústria cosmética fundada em 2001, a mudança de rota aconteceu quando o sócio Fabio Mazzon Sacheto, 42, percebeu que o crescimento da empresa não era acompanhado por lucratividade.

    A companhia, que começou no modelo de venda porta a porta, estava havia oito anos no mercado e se expandia a partir de franquias. Faturou em 2009 cerca de R$ 4,5 milhões, mas seu lucro foi de apenas R$ 30 mil.

    Sacheto diz que sua decisão naquele momento foi fechar todas as lojas. A companhia passou a atuar apenas como fabricante de cosméticos e a buscar contratos para criar produtos para outras marcas, como a fabricante de vestuário Dudalina.

    No ano seguinte à decisão, a empresa faturou bem menos, R$ 1,6 milhão, mas o lucro foi de R$ 400 mil.

    "O importante é sempre estar atento aos detalhes financeiros da operação. Se você não olhar sempre para o caixa, o mercado muda e a coisa vai para o ralo."

    VALE-EXPERIÊNCIA

    Outros empreendedores conseguem transformar os resultados de seus negócios descobrindo novas formas de distribuir seus produtos.

    A empresa Viva! (que até o primeiro semestre se chamava Viva! Experiências) nasceu vendendo cartões de vale-experiências em um quiosque de shopping e em uma loja virtual em 2009.

    No ano seguinte, os sócios desistiram da ideia de um ponto fixo por perceber que os custos da operação inviabilizavam o negócio. Começaram então a vender os cartões em livrarias e grandes varejistas.

    Mesmo com essa oferta, os empresários notaram que a maior parte das vendas era feita para outras empresas, que buscavam a companhia pelo site e pelo atendimento telefônico, conta Andre Susskind, 38, sócio da empresa.

    "O que a gente percebeu é que, em questão de esforço, 70% estavam na pessoa física, e 30%, na jurídica. Mas o resultado de vendas era exatamente o contrário."

    A partir dessa conclusão, a empresa mudou sua marca e ampliou a variedade e os preços dos seus produtos para atender diferentes necessidades de companhias.

    Antes, os presentes variavam de R$ 79 e R$ 899. Agora, o preço vai de R$ 20 a R$ 50 mil e inclui itens como cupons de presentes e viagens.

    Com isso, clientes podem comprar desde pequenos brindes para funcionários até uma premiação para um executivo que bateu suas metas, conta Suskind.

    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024