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    Bolsa fecha semana no azul, mas tem perda de mais de 9% em dezembro

    DE SÃO PAULO

    19/12/2014 18h21

    A retomada nos preços das commodities no exterior impulsionou ações de Petrobras e Vale nesta sexta-feira (19), ajudando o principal índice da Bolsa brasileira a fechar o pregão no azul.

    Com isso, o desempenho do Ibovespa também foi positivo no acumulado dos últimos cinco pregões, depois de três perdas semanais consecutivas.

    A valorização do Ibovespa foi de 2,38% nesta sexta, para 49.650 pontos. O volume financeiro ficou em R$ 5,821 bilhões. Na semana, o índice subiu 3,44%. Mesmo assim, no mês, a queda acumulada chega a 9,27%.

    Diante da retomada dos preços do minério de ferro na China, as ações preferenciais da Vale, sem direito a voto, fecharam o dia em alta de 8,24%, para R$ 18,78 cada uma. Já os papéis ordinários da companhia, com direito a voto, subiram 8,07%, para R$ 21,57.

    A mineradora brasileira vem sofrendo nos últimos meses em meio a sinais de desaceleração da China, principal destino de suas exportações, além do aumento da oferta global de minério, o que pressionou para baixo os preços da matéria-prima.

    As ações da Bradespar, que tem participação na Vale, acompanharam o bom desempenho da mineradora e fecharam em alta de 7,81%, para R$ 13,52.

    Também no azul, os papéis preferenciais da Petrobras ganharam 3,91% nesta sexta, para R$ 9,83 cada um. Os ordinários subiram 4,66%, para R$ 9,44. O avanço refletiu o aumento nos preços do petróleo neste pregão, após ter atingido nos últimos dias seu menor valor em mais de cinco anos.

    Segundo analistas, também pesou favoravelmente sobre as cotações dos papéis a expectativa de mudança na diretoria da Petrobras. As ações da petroleira, no entanto, têm baixa de mais de 20% no mês, diante dos desdobramentos das denúncias de corrupção dentro da companhia.

    Nomes de executivos do setor privado têm sido citados como possíveis cotados para assumir a companhia. "Esta contratação seria o primeiro passo no caminho para a recuperação", escreveu em nota a clientes o ex-diretor do Banco Central Mario Mesquita, que hoje comanda a área de economia do Banco Brasil Plural.

    Outra companhia que fechou no azul e ajudou a sustentar a alta da Bolsa brasileira nesta sexta-feira foi a BRF. A ação subiu 4,72%, para R$ 64,40.

    A empresa de alimentos anunciou na véspera que seu conselho de administração aprovou a recompra de até R$ 1 bilhão em ações.

    A operação é uma forma de agregar valor aos acionistas, já que a própria companhia sinaliza ao mercado que, em sua opinião, o preço dos papéis está abaixo do que deveria estar.

    As ações de Itaú (+1,55%) e Bradesco (+2,56%) também retomaram os ganhos, após novas especulações sobre eventual retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) justificarem realização de lucros nos papéis.

    A Gol teve nova sessão de ganhos, subindo 2,40%, mesmo com a alta dos preços do petróleo e leve valorização do dólar, o que encarece seu custo operacional.

    A companhia aérea recebeu melhora na recomendação pelo Credit Suisse, para "outperform" (desempenho acima da média do mercado), com preço-alvo em R$ 20.

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve leve valorização de 0,18% sobre o real, cotado em R$ 2,659 na venda. Na semana, ficou praticamente estável, com ligeira perda de 0,1%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,07% no dia e 0,23% na semana, para R$ 2,657.

    O clima de menor aversão ao risco nos mercados globais, segundo operadores, aliviou a cotação da moeda americana nesta sexta.

    A menor pressão no câmbio também refletiu as atuações do Banco Central. Nesta quinta, o BC fez seu leilão diário de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 195,5 milhões.

    A autoridade também promoveu um novo leilão para rolar os vencimentos de 10.000 contratos de swap previstos para 2 de janeiro de 2015, por US$ 487,2 milhões.

    Houve pela tarde um reforço de um leilão de linha de crédito de US$ 2 bilhões para injetar recursos novos no mercado. É uma operação em que o BC vende a moeda estrangeira, mas com a obrigação, por parte de quem toma o empréstimo, de devolver o dinheiro após um determinado período.

    Os empréstimos desse tipo têm sido utilizados pelo BC para atender a uma demanda de fim de ano por dólares, principalmente de exportadores.

    Com Reuters

    Folhainvest

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