O badalado economista francês Thomas Piketty rejeitou nesta quinta-feira (1º) a mais alta condecoração do seu país, a Legião da Honra.
"Eu recuso esse prêmio porque acredito que não é papel do governo decidir quem é honrado", disse Piketty em entrevista à agência de notícias France Presse.
Piketty ganhou fama com o livro "O Capital do Século 21", que já vendeu 1 milhão de cópias. Na obra, ele defende que existe no capitalismo uma tendência inerente à concentração de renda.
O economista também aproveitou para criticar indiretamente o atual presidente francês, François Hollande. Segundo ele, em vez de conceder prêmios, o governo "deveria se concentrar em retomar o crescimento na França e na Europa".
Luciano Amarante - 27.nov.2014/Folhapress | ||
Palestra do francês Thomas Piketty sobre seu livro "O Capital no Século 21" na USP, em novembro |
Piketty recusou o prêmio no mesmo dia em que Hollande desistiu de sua proposta de elevar a 75% o Imposto de Renda cobrado dos muito ricos. O economista defende ardorosamente que taxar grandes fortunas é um caminho para reduzir a desigualdade.
RECUSAS
Outras celebridades já recusaram a Legião da Honra. Entre eles,os filósofos e escritores Jean-Paul Sartre e Albert Camus, o pintor Claude Monet, o músico Hector Berlioz e a atriz Brigitte Bardot.
Também receberam a condecoração nesta virada de ano o economista Jean Tirole e o escritor Patrick Modiano –ambos ganharam o Prêmio Nobel em suas áreas em 2014.
A Legião da Honra foi estabelecida pelo general Napoleão Bonaparte em 1802.