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    Pequenas empresas garantem criação de vagas pelo terceiro ano seguido

    RENATA AGOSTINI
    DE BRASÍLIA

    05/01/2015 02h00

    As micro e pequenas empresas garantiram, pelo terceiro ano consecutivo, o saldo positivo de criação de vagas do país. O ritmo de geração de empregos, no entanto, vem diminuindo até nesse segmento.

    Segundo estudo da FGV Projetos em parceria com o Sebrae, as micro e pequenas empresas abriram 794 mil postos até novembro. Esse número deve cair com a inclusão de dezembro, já que o setor privado historicamente demite trabalhadores temporários no fim do ano.

    Apesar do desempenho ainda positivo, o resultado deve ser o menor desde ao menos 2004. Em 2013, as micro e pequenas empresas geraram 840 mil vagas.

    No auge, em 2010, as companhias de pequeno porte, que respondem por 95% das empresas do país, criaram 1,58 milhão de empregos.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Nas grandes e médias empresas, a situação é muito pior. Até novembro, mais de 112 mil postos de trabalho foram fechados, aponta o levantamento, que utiliza os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

    É quase três vezes o número de vagas que foram cortadas em 2009 por esse grupo de companhias em consequência da crise global.

    As grandes e médias empresas vem fechando postos de trabalho durante praticamente todo o primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff. De 2012 para cá, quase 270 mil ocupações foram extintas.

    Um exemplo é a siderúrgica Gerdau. A empresa, que sofre com a queda das vendas, demitiu cerca de 400 funcionários nos últimos seis meses, ao paralisar unidades no interior de São Paulo, no Paraná e na Bahia.

    RAZÕES

    As micro e pequenas empresas ainda conseguem gerar postos de trabalho porque sua receita está aumentando. Enquanto o número de companhias de pequeno porte subiu 21% entre 2009 e 2013, o faturamento teve alta de 60% no período.

    Isso fez com que elas crescessem em ritmo superior ao da economia brasileira. "No subterrâneo da economia, estamos com um crescimento chinês", diz Guilherme Afif, ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa do governo federal.

    Os dados compõem a proposta de reformulação das regras do Simples Nacional, o sistema de tributação das micro e pequenas empresas.

    "As políticas macroeconômicas só enxergam os grandes, até porque são os maiores recolhedores de tributos. Por isso, levam o quinhão dos benefícios. O restante é o freguês ruim. É o que dá trabalho", afirma o ministro.

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