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    Alta da taxa de juros favorece as aplicações conservadoras em 2015

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    05/01/2015 02h00

    Diante da perspectiva de mais um ano de crescimento fraco e de inflação elevada, a recomendação é que o pequeno investidor tome cuidado ao escolher as aplicações e busque refúgio na renda fixa.

    A orientação se baseia nos prováveis novos aumentos da taxa básica de juros (Selic) esperados para o primeiro semestre. Hoje, a Selic está em 11,75% ao ano.

    "Os analistas de mercado ainda tentam projetar o tamanho dessa alta e o período durante o qual o Banco Central vai adotar essa política. Alguns veem até maio de 2015, outros veem além disso. É preciso dimensionar para fazer as apostas corretas", afirma Aline Sun, executiva da Guide Investimentos, corretora do banco Indusval.

    A previsão do mercado, segundo o boletim Focus do BC, é que a taxa básica Selic encerre 2015 em 12,5% ao ano. Com isso, papéis pós-fixados, que têm o retorno atrelado à Selic ou ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), ganham destaque.

    Editoria de Arte/Folhapress

    É o caso das LFT (Letras Financeiras do Tesouro), vendidas no site do Tesouro Direto, que acompanham a variação do juro básico. Outra opção com característica parecida são os fundos DI, que investem em LFT ou em títulos pós-fixados de empresas.

    Há ainda os títulos prefixados, que têm uma taxa estabelecida, como as LTN (Letras do Tesouro Nacional) e NTN (Notas do Tesouro Nacional). Esses títulos pagam um pouco mais do que os pós-fixados para compensar o risco de flutuação das taxas, especialmente de um aumento de juros além do esperado.

    Por exemplo, se os juros forem para 13%, os títulos prefixados com taxas inferiores a isso serão vendidos com desconto (a chamada marcação a mercado) para compensar os juros defasados.

    Para Amerson Magalhães, diretor da corretora Easynvest, o investimento em fundos DI é válido para diversificação, mas, se o objetivo for somente acompanhar o aumento dos juros, seria mais vantajoso comprar LFT, que tem custos mais baixos do que os do fundo.

    "Muitas corretoras não cobram taxa de administração, então o investidor deve arcar apenas com a taxa de custódia, que é de 0,3% ao ano sobre o valor dos títulos. É difícil conseguir uma taxa de administração de fundo nesse nível em um banco", disse.

    O Imposto de Renda é igual nas duas aplicações: começa em 22,5% ao ano e vai caindo até atingir 15% ao ano.

    PÓS-FIXADOS

    Papéis pós-fixados emitidos por instituições financeiras também são uma alternativa. Entre as opções estão CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA).

    Os dois remuneram um percentual do CDI, mas a diferença é que as LCI e as LCA são isentas de IR, o que aumenta a rentabilidade final.

    No entanto, o investidor que precisar resgatar o dinheiro antes do vencimento deve optar pelos CDBs. "As letras de crédito têm liquidez reduzida", disse Fausto Curadi, professor da Uniasselvi, de Santa Catarina.

    Folhainvest

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