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    Cartas antecipam possíveis demissões em fábrica da montadora Volkswagen

    EDUARDO SODRÉ
    EDITOR ADJUNTO DE "VEÍCULOS"

    06/01/2015 02h00

    O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fará assembleia na manhã desta terça (6) na fábrica da Volkswagen para discutir possíveis demissões.

    Segundo a entidade, cerca de 800 funcionários da unidade Anchieta, em São Bernardo do Campo (SP) receberam uma carta entre sexta-feira (2) e segunda (5), instruindo-os a procurar representantes da empresa antes de iniciarem o turno de trabalho nesta terça (6), quando retornam das férias coletivas.

    Para o sindicato, esse chamado indica que haverá demissões, apesar de a VW ter fechado, em 2012, um acordo coletivo que garantia estabilidade nos empregos até 2016.

    Em um comunicado, a VW diz que a retração da indústria automobilística e o aumento da concorrência impactaram os resultados da empresa, que teve a produção reduzida em cerca de 15% em 2014, ante o ano anterior.

    No início de dezembro, os trabalhadores da unidade Anchieta rejeitaram a proposta elaborada pela montadora em parceria com o sindicato. O plano incluía o pagamento de um abono salarial em troca do congelamento dos salários em 2015 e 2016 e um plano de demissão voluntária para reduzir 2.100 vagas.

    "Desde 2013, a empresa tem adotado diversas medidas de administração de efetivo excedente, como férias coletivas, banco de horas, redução da contratação de prestação de serviços, suspensão temporária de contrato de trabalho ("layoff"), entre outras, em entendimento com o Sindicato. No entanto, todos os esforços foram insuficientes", afirma a VW.

    A montadora diz ainda que o acordo trabalhista vigente desde 2012 "foi estabelecido em premissas de mercado e vendas que infelizmente não se confirmaram".

    A empresa não cita explicitamente as demissões, mas conclui dizendo que, diante da necessidade de se tornar mais competitiva, "terá que estabelecer outras medidas."

    A Volkswagen menciona que os reajustes salariais concedidos aos seus funcionários nos últimos dois anos estão acima da média da região.

    Segundo o sindicato, as cartas enviadas aos trabalhadores citavam a necessidade de cortar 2.000 vagas.

    "Havia dois textos diferentes. Um deles, dirigido à maioria dos funcionários, citava os problemas. O outro, direcionado a cerca de 800 trabalhadores, pedia que eles se apresentassem em uma sala antes de começarem suas atividades", afirma um representante da entidade.

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