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    Zona do euro registra deflação pela primeira vez desde outubro de 2009

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/01/2015 09h47

    Os preços ao consumidor na zona do euro caíram mais do que o esperado em dezembro devido à energia muito mais barata, mostrou a primeira estimativa da agência de estatísticas europeia divulgada nesta quarta-feira (7).

    A Eurostat informou que os 19 países que usam o euro registraram deflação de 0,2% em dezembro na comparação anual, contra inflação de 0,3% em novembro na mesma base. A última vez que a zona do euro teve deflação foi em outubro de 2009, de 0,1%.

    A deflação representa um risco porque é um sinal de que os consumidores não estão dispostos a gastar.

    Com os preços em queda, muitos podem adiar suas decisões de compra, esperando um novo recuo, criando um ciclo vicioso que prejudica a recuperação da economia.

    Os dados devem levar à adoção de um programa de compra de títulos governamentais pelo BCE (Banco Central Europeu).

    Economistas consultados pela Reuters esperavam recuo de 0,1% nos preços. O BCE quer manter a inflação abaixo, mas perto de 2% ao ano no médio prazo.

    CONSUMO

    A Eurostat informou que o núcleo da inflação, que exclui os voláteis preços da energia e alimentos não processados, repetiram a alta de 0,7% apurada em dezembro na base anual –mesmo nível visto em novembro e outubro.

    Mas os preços de energia despencaram 6,3% na comparação anual no mês passado e os alimentos não processados ficaram 1,0% mais baratos, pressionando para baixo o índice geral, apesar da alta de 1,2% no custo dos serviços.

    O BCE está preocupado com a possibilidade de um período prolongado de inflação muito baixa mudar as expectativas de inflação dos consumidores e levá-los a segurar as compras na esperança de preços ainda mais baixos, provocando deflação persistente.

    Como as taxas de juros já estão nas mínimas, o BCE está preparando um programa de impressão de dinheiro para comprar títulos públicos no mercado secundário visando a injetar ainda mais recursos na economia, aumentar a demanda e fazer com que os preços subam mais rapidamente.

    Economistas esperam que a decisão de lançar um programa de compra de títulos possa ser anunciada já na próxima reunião do BCE, em 22 de janeiro.

    "Estamos em preparativos técnicos para ajustar o tamanho, velocidade e composições de nossas medidas no início de 2015, caso seja necessário reagir a um período muito prolongado de inflação baixa. Existe unanimidade dentro do Conselho sobre isso", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em 1º de janeiro.

    A inflação na zona do euro permanece abaixo de 1%, ou o que o BCE chama de zona de perigo, desde outubro de 2013.

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