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    Para Anfavea, há espaço para negociações entre empresas e sindicatos

    JULIA BORBA
    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    07/01/2015 18h05

    O presidente da Anfavea (Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, afirmou nesta quarta-feira (7) que há espaço para negociação entre montadoras e sindicatos para conter a atual onda de greves e demissões.

    Moan esteve com os ministros Manoel Dias (Trabalho), Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Armando Monteiro (Desenvolvimento) esta semana, para quem relatou a situação no setor.

    Segundo o executivo, não houve uma proposta do governo e as negociações serão feitas entre montadoras e sindicatos.

    "Há a compreensão do governo da situação difícil do setor, em função principalmente da queda de 40% das exportações. Há expectativa que esse processo de negociação termine com resultado positivo", disse, antes da cerimônia de transmissão de cargo do ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro.

    Funcionários da Volkswagen de São Bernardo do Campo entraram em greve nesta terça pela demissão de 800 funcionários, anunciada pela montadora. E os metalúrgicos da Mercedes-Benz, na mesma cidade, fazem paralisação de 24 horas contra 244 demissões na empresa.

    "Não vejo que este seja um prenúncio de novas demissões. Não sei de novas associadas com problemas desse tipo", disse Moan.

    O setor automotivo teve em 2014 o menor avanço de vendas e produção. Com os estoques das fábricas cheios, as empresas têm apelado para férias coletivas, programas de demissão voluntária e demissões coletivas.

    Com a recomposição do IPI (Imposto Sobre Importação) em 2015, que estava reduzido desde 2012, o setor conta com menos um benefício para enfrentar esse mau momento.

    GOVERNO

    O novo ministro de do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Armando Monteiro, comentou a situação da Volkswagen e disse que "não há nenhum problema de caráter sistêmico, amplo que justifique uma ação direta do governo".

    Segundo ele, como o setor emprega de 130 mil a 240 mil trabalhadores, essas demissões "evidentemente" podem ser consideradas como uma questão "extremamente limitada".

    Monteiro disse, porém, que a questão será acompanhada "com toda atenção", ainda que deva ser resolvida nos diálogos entre empresa e sindicatos.

    Sobre as demissões na Mercedes, o ministro disse que o ajuste foi "muito pequeno, pouco expressivo", então, nada que justifique uma intervenção do governo.

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