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    Alta na produção deve estabilizar empregos em 2015, prevê Anfavea

    DE SÃO PAULO

    08/01/2015 13h19

    A previsão de alta de 4,1% na produção de veículos em 2015 deve manter estável o nível de empregos na indústria automotiva, afirmou nesta quinta-feira (8) o presidente da Anfavea (associação de montadoras), Luiz Moan.

    "As empresas trabalharam com um efetivo acima do que os números de 2014 demandaram. Agora, o crescimento ajudará a diluir esse excedente", explicou o executivo, que declarou ainda não ter conhecimento "de nenhum outro processo demissional das associadas da Anfavea".

    Dezembro fechou com 144.623 postos de trabalho, o que equivalente a 1,1% a menos do que as 146.161 de novembro e 7,9% abaixo das 158.733 vagas em dezembro de 2013.

    A entidade acredita que a produção de veículos em 2015 somará 3,276 milhões, montante 4,1% acima dos 3,146 milhões registrados em 2014.

    VENDAS NÃO CRESCERÃO

    Ainda de acordo com a Anfavea, de janeiro a dezembro do ano passado foram licenciados 3,498 milhões de veículos, número que representa queda de 7,1% sobre o mesmo período de 2013, ano em que o mercado somou 3,767 milhões.

    Em 2015, a entidade prevê que o montante de 2014 se repetirá. Ou seja, não haverá queda nem crescimento nos emplacamentos.

    Para manter a variação de 0% sobre o ano anterior, este ano terá algumas "vantagens", segundo Moan. Uma delas é a nova legislação que retoma mais rapidamente o bem de inadimplentes. "As novas regras deixam os bancos mais seguros a aprovar mais financiamentos", explica Moan.

    Outros itens positivos citados por Moan são a liberação de mais crédito (já notado desde setembro) e uma possível estabilização da economia ao longo do ano.

    EXPORTAÇÕES

    A Anfavea prevê alta de 1% nas exportações em 2015, para 337,9 mil unidades. Em valores, a alta esperada é de 2,5%, a US$ 11,8 bilhões, valor que inclui veículos e máquinas agrícolas.

    Em 2014, a produção de veículos no país caiu 15,3%, retração maior que a esperada pela entidade, de 10%. No total, foram montadas 3,15 milhões de unidades.

    As vendas de carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos em 2014 foram de 3,5 milhões de unidades, queda de 7,1% ante previsão da entidade de recuo de 5,4%.

    No ano passado, o aperto no crédito, resultado do mau momento da economia brasileira –que também afetou a disposição do consumidor de se endividar– explica em grande parte a queda nas vendas. A Copa do Mundo também afetou o resultado do setor, segundo as montadoras.

    Além disso, há grandes volumes de carros em estoque, o que deve prorrogar as campanhas de imposto reduzido até, pelo menos, o fim do primeiro trimestre de 2015.

    Quanto aos estoques, há 351 mil veículos parados nos pátios, o que nas contas da entidade é o bastante para abastecer 28 dias de vendas - situação mais tranquila do que os 414,3 mil veículos em estoque em novembro, que abasteceriam 42 dias.

    2015

    As montadoras esperam que haja uma pequena reação do mercado neste ano, devido à facilitação na concessão de crédito. As financeiras já começam a oferecer maior flexibilidade na aprovação das fichas de clientes, motivadas pela norma que facilita a retomada do bem em caso de inadimplência.

    A associação de concessionárias, Fenabrave, estimou nesta semana que as vendas do setor este ano vão cair 0,5%, a 3,479 milhões de unidades.

    Porém, se os bancos conseguirem reaver os carros com menos burocracia e começarem a facilitar a concessão de financiamentos, deverá ocorrer uma alta nos licenciamentos, disse o presidente da entidade, Alarico Assumpção Jr. à Folha.

    Com Reuters

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