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    Inflação acelera em dezembro, mas fecha 2014 abaixo do teto da meta

    PEDRO SOARES
    DO RIO

    09/01/2015 09h06

    Pressionado por alimentos, serviços e preços monitorados como energia elétrica, o índice oficial de inflação do país fechou 2014 com alta de 6,41%, pouco abaixo do teto da meta do governo, de 6,5%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (9).

    Trata-se ainda do maior aumento anual desde 2011, quando o índice ficou em 6,5%. O resultado do ano passado ficou pouco abaixo do que esperavam os analistas consultados pela Bloomberg, que previam alta de 6,43%.

    Em dezembro, o IPCA ficou em 0,78%, muito próximo das expectativas de mercado que, segundo a agência, viam subida de 0,79%. Em novembro, o índice foi de 0,51%.

    No mês passado, a inflação avançou na esteira do aumentos das passagens aéreas, com forte elevação de 42,53%, que ocorre no período de alta temporada. Também impulsionaram o índice as carnes (3,73%), a gasolina (0,61%) e a refeição fora de casa (1,41%).

    inflação

    ENERGIA

    Já no acumulado do ano, o destaque principal ficou com energia elétrica, que subiu 17,06% e devolveu a queda de 15,66% comemorada pelo governo em 2013 graças à desoneração de tributos e renovação de contratos de hidrelétricas.

    Também impulsionaram o IPCA de 2014 o item empregado doméstico (10,54%), aluguel (9,35%), plano de saúde (9,44%).

    Dentre os alimentos, as maiores pressões vieram de carnes (22,21%), refeição (9,96%), lanche (9,21%), carnes industrializadas (9,09%), pão francês (6,11%) e cerveja fora de casa (9,99%).

    VILÃ

    Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, um dos "vilões da inflação" em 2014 foi a seca, com impacto nos alimentos (como carnes, feijão e grãos) e na energia, que subiu com os efeitos dos reservatórios baixos e do consequente uso intensivo de térmicas, fontes mais caras para as distribuidoras.

    O desequilíbrio das contas dessas empresas, que receberam socorro do governo, também pesou no alta dos preços.

    Com a alta das tarifas de energia, os preços monitorados subiram 5,32% em 2014, ante alta de 1,55% no ano anterior.

    Já os serviços avançaram 8,32% em 2014, puxado por alimentação fora de casa, empregado doméstico, aluguel e outros. O índice ficou acima do IPCA, mas pouco abaixo da taxa desse agrupamento em 2013 (8,75%).

    CENÁRIO

    Embora a economia tenda a registrar um crescimento praticamente nulo em 2014, a inflação sobe por causa de um mercado de trabalho ainda aquecido, com rendimento em alta (embora já em desaceleração) e, principalmente, pelos choques nos preços de alimentos provocados por uma estiagem prolongada.

    O aumento de preços controlados pelo governo, com destaque para a energia elétrica, também contribuíram para a alta.

    Para este ano, o cenário aponta ainda uma inflação muito pressionada.Analistas esperam uma taxa ao redor de 6,5%, no limite superior da meta.

    Já para janeiro, a expectativa é de um índice perto de 1%, puxado pelas tarifas de energia, em razão da aplicação do sistema de bandeiras tarifárias, que reajusta automaticamente as contas quando são usadas as termelétricas –fontes de custo maior.

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