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    Comperj tem quarto dia de demissões e protesto de trabalhadores

    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    15/01/2015 14h57

    Pelo quarto dia consecutivo, operários do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio), refinaria da Petrobras em construção em Itaboraí, região metropolitana do Rio, bloquearam os acessos às obras do empreendimento em protesto contra demissões e atrasos de salários de empresas fornecedoras da Petrobras.

    Na manhã desta quinta-feira (16), trabalhadores da Alumini, antiga Alusa, voltaram a ocupar o trevo de uma das pistas que dá acesso ao complexo.

    De acordo com a Polícia Militar, cerca de 200 pessoas participaram da manifestação. Houve tumultos e, segundo a polícia, quatro pessoas foram detidas com fogos de artifício. Policiais utilizaram bombas de efeito moral para dispersar o protesto. Dois ônibus que transportam os empregados para a obra foram atingidos por pedras. A situação teria sido normalizada no início da tarde.

    A empresa Alumini passa por momento de dificuldades financeiras. Desde novembro, a empresa já demitiu 500 pessoas da obra do Comperj, que não receberam todos seus encargos trabalhistas. Outros 2.500 empregados estão com salários referentes a dezembro atrasados. Após audiência na quarta-feira com trabalhadores da empresa, o Ministério Público do Trabalho do Rio decidiu abrir duas ações civis públicas contra a empresa, pelo não pagamento de salários e por dívidas trabalhistas.

    Segundo o Sintramon (Sindicato dos Trabalhadores Empregados nas Empresas de Montagem e Manutenção Industrial da Cidade de Itaboraí), ligado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), durante a manhã desta quinta, enquanto ocorria a manifestação, outros 600 funcionários foram demitidos, desta vez do consórcio Tubovias, que tem a Andrade Gutierrez e a GDK como integrantes. A Andrade Gutierrez informou que "o fluxo de contratações e desligamento do consórcio segue o andamento normal previsto proposto pelo cliente à Petrobras".

    Ainda de acordo com o Sintramon, desde a semana passada, cerca de 4.100 pessoas foram demitidas do Comperj. Na terça-feira, cerca de 600 operários do consórcio TE-AG, formado pelas empresas Techint e Andrade Gutierrez, foram dispensados. No pico das obras do Comperj, o complexo demandou cerca de 20 mil trabalhadores.

    As demissões se somaram à dispensa ocorrida no início de janeiro de 236 pessoas pelo consórcio CPPR, formado por Odebrecht, Mendes Junior e UTC, todas as três investigadas na operação Lava Jato e que são responsáveis pelas obras civis da unidade da Petrobras.

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