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    Pequenas formam conglomerados e ganham força com fornecedores

    FILIPE OLIVEIRA
    DE SÃO PAULO

    18/01/2015 00h00

    Duas casas noturnas, um restaurante de comida basca, uma loja de queijos, uma lanchonete com estilo roqueiro e uma empresa especializada na realização de eventos corporativos aparentemente têm pouco em comum.

    Mas são todos negócios do Grupo BGS, formado em 2011 pela união das discotecas Clash Club e Lab Club, em São Paulo, e que aos poucos foi incorporando negócios.

    Bruno Ferraro, 32, sócio do grupo, diz que a atuação simultânea nos diferentes negócios ajuda a conseguir melhores preços na hora de negociar com fornecedores (pois os pedidos são maiores) e dá mais eficiência a gestão (apenas uma equipe administrativa cuida de todas as empresas).

    No caso da Pilotis, companhia de eventos do BGS criada há dois anos, por exemplo, 50% das atividades realizadas têm como base espaços ou ou pratos das "irmãs". Nesses casos, há uma redução de 25% nos custos para a organização do encontro, o que ajuda a ter um preço mais competitivo.

    COMPETÊNCIA

    Arão Sapiro, professor da Universidade Mackenzie, diz que a possibilidade de desenvolver negócios com esse tipo de sinergia não depende necessariamente do tamanho da empresa. O que conta mais é a competência da companhia em seu setor de atuação.

    "Quando o empreendedor tem poucos concorrentes e conhece bem o mercado, vale a pena tentar um crescimento lateral mais agressivo", afirma Sapiro.

    Um exemplo dessa estratégia seria o de uma indústria de itens para cozinha que, lidando com gargalos logísticos, cria uma distribuidora especializada em itens domésticos que atenderá a ela e a outras empresas.

    Entretanto, a perda de foco é um risco de crescer lateralmente, aproveitando oportunidades próximas ao mercado principal, diz André Coutinho, professor da BSP (Business School São Paulo).

    "Há uma tendência de, se não houver cuidado, acumular funções e deixar de ser tão eficiente quanto a concorrência", afirma.

    COLEÇÃO COMPLETA

    Ter diferentes unidades de negócios simultâneas foi uma das estratégias para viabilizar a empresa Shop2Gether, "marketplace" de roupas de luxo criado em 2012.

    Além de oferecer a plataforma tecnológica para que as outras marcas pudessem expor e vender suas peças, uma outra unidade foi criada para serviços para lojas on-line, entre eles estúdio de fotografia, tecnologia e logística.

    "Quando iniciamos o plano para lançar a empresa, percebemos que todo o mercado de moda precisaria dos outros serviços para ficar de pé na internet", afirma Eduardo Kyrillos, 40, presidente da Shop2Gether.

    Atualmente, a unidade de serviços possui 30 clientes –70% deles expõem seus produtos no marketplace.

    Para 2015, o plano é lançar duas companhias, a Upsell, especializada no desenvolvimento de sites e marketing digital, e uma especializada em logística.

    Esses negócios devem passar a atender, além dos clientes que as procuram diretamente, as marcas atendidas pelas empresas já existentes do grupo.

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