Peter Arvai, cofundador do Prezi (plataforma de apresentações concorrente do Power Point), desembarcou em Nova York, vindo de Budapeste, com seus investimentos iniciais já no fim e ansioso por uma reunião marcada com Chris Anderson, curador do ciclo de palestras TED.
Quando Arvai e seus colegas começaram a desenvolver o Prezi, em 2009 na Hungria, não conseguiram investidores externos. Acabaram então lançando o produto com recursos próprios.
A principal diferença do sistema é a possibilidade de criar apresentações em cenários tridimensionais. É possível adicionar a elas imagens e vídeos e usar ferramenta de zoom para se aproximar de itens que estão na tela.
Em Nova York, a ideia inicial era só mostrar a plataforma para Anderson, para ver se ele aprovava o uso nas conferências do TED. Mas, quando desembarcou na megalópole americana, Arvai recebeu um e-mail cancelando o encontro.
"Não acreditei e fui à empresa. Chegando lá, enchi tanto o saco da secretária que ela conseguiu arrumar um tempo para eu falar com ele depois de dois dias, no qual ironicamente teria 18 minutos, o tempo de uma apresentação no Ted, para apresentar a start-up para ele."
Arvai aproveitou a oportunidade e não apenas apresentou o Prezi, como também tentou um investimento. "Saí de lá como a primeira star-tup a receber investimento da TED Conferences", conta.
De lá para cá, o Prezi recebeu ao menos US$ 71,3 milhões em injeções de investimento realizadas em quatro rodadas.
Para quem trabalha com tecnologia, o empresário recomenda: "Projete um produto que as pessoas gostem de usar. Usuários são mais difíceis de convencer sobre sua ideia do que os próprios investidores! Se você se focar no que o usuário precisa em primeiro lugar, os investidores virão com o tempo".
Weimer Carvalho/Folhapress | ||
Frederico Lopes mandou e-mails e ligou muito para a Motocar antes de se tornar concessionário |
Frederico Lopes, 34, administrador de empresas, apaixonou-se pelos triciclos da Motocar quando viu um anúncio da empresa na internet. Ele sempre havia tido vontade de empreender, mas nunca tivera a oportunidade. Nessa época, Lopes tinha uma consultoria que prestava serviços para o Sesi.
Ele passou meses procurando algum contato da empresa. Foi quando viu um anúncio da Motocar na televisão e decidiu ligar. "Falei que havia conhecido o produto deles e que gostaria de representá-los em Goiânia. Pediram para eu mandar um e-mail e mandei", conta.
A Motocar respondeu em duas semanas dizendo que ainda não tinham concessionários em Goiás e que assim que tiverem interesse entrariam em contato. Foi então que decidiu ligar de novo.
"Comecei a conversar com o Carlos Araújo, diretor comercial da Motocar. Liguei várias vezes, até que ele me convidou para participar da inauguração de uma concessionária em Brasília", conta. Depois, ele foi a outra inauguração no Rio de Janeiro e também visitou a fábrica em Manaus.
Araújo comenta que no primeiro contato acabou não dando muita atenção porque a empresa não planejava investir em Goiás no curto prazo. Ele o convidou para participar da inauguração em Brasília para que entendesse a real responsabilidade de abrir uma concessionária.
"Acabei me encantando. Normalmente, escolhemos um concessionário pelo aporte financeiro e pelo know-how na área, mas com ele o que nos encantou foi o sangue nos olhos, a vontade de vencer", lembra.
A Motocar deu o ok para a abertura da concessionária em setembro de 2014. Entre o primeiro contato com o produto e a abertura da concessionária se passaram um ano e oito meses.
Para o diretor comercial, a insistência de Lopes foi fundamental. "Quando falamos de investimento, espaço, metragem, qualquer pessoa desistiria. Mas ele insistiu e foi fantástico: ele me vendeu a ideia e o entusiasmo."