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    Apesar da baixa adesão, brasileiros largam tudo para investir em bitcoin

    MARCO ZANNI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    18/01/2015 00h00

    A desvalorização recente e a falta de adesão dos consumidores ao bitcoin como forma de pagamento não desanimam figuras conhecidas do empreendedorismo brasileiro, que apostam em outros usos para a moeda - como para baratear a transferência internacional de dinheiro.

    Yonathan Yuri Faber, empresário que lançou o aplicativo de caronas Zaznu em 2014, deixou seu antigo empreendimento e saiu do Rio de Janeiro rumo a Nova Iorque, onde trabalha hoje como CEO da Blinktrade há dois meses. A companhia, fundada por seu amigo e CFO Rodrigo Souza, tem o objetivo de espalhar corretoras de bitcoins pelo mundo para que os brasileiros residentes no exterior mandem dinheiro para casa pagando taxas acessíveis.

    No dia 13 de dezembro de 2014, a empresa lançou o Foxbit, um site pelo qual é possível comprar bitcoins, enviá-los para vários lugares do mundo e depois convertê-los para a moeda local - tudo isso com preço abaixo do praticado pelas empresas tradicionais de envio de dinheiro.

    Se um brasileiro usasse o serviço da Western Union para mandar 1.000 euros da Espanha para sua família, por exemplo, apenas R$ 2.954 chegariam ao Brasil, de acordo com as cotações das moedas e taxas do dia 14 de janeiro. Já usando as corretoras de bitcoin EuroBit e Foxbit, o valor seria muito maior - de R$ 3.576.

    Não à toa, a Foxbit causou furor entre os usuários de bitcoins. Antes da empresa, o mercado brasileiro somava cerca de 100 unidades da moeda negociadas por dia, contando todas as corretoras. Hoje, somente a Foxbit transaciona cerca de 200 bitcoins todos os dias, e o volume médio no Brasil saltou para 400.

    "Como nossas transferências são praticamente imediatas, não expomos o usuário à volatilidade do bitcoin e conseguimos entregar taxas mais baratas", explica Faber. A Blinktrade já costurou acordos para atuar na Venezuela, Chile, Paquistão, Espanha, China, Canadá, Romênia, Austrália, Portugal e Japão.

    Flavio Pripas é outro empreendedor brasileiro que está apostando no bitcoin. Ele deixou a startup Fashion.me, uma rede social de moda, para abrir a exchange Bitinvest, no começo do ano passado. Nos últimos dois meses de 2014, o giro de dinheiro na empresa ficou em torno de 100 mil reais por dia.

    Ze Carlos Barretta/Folhapress
    Flavio Pripas, fundador da exchange Bitinvest
    Flavio Pripas, fundador da exchange Bitinvest

    O próximo passo da empresa é fazer como a Blinktrade e oferecer um serviço de envio de dinheiro internacional. "Eu enxergo o bitcoin como um protocolo, e não como uma moeda", diz Pripas. "Por isso quero que a Bitinvest busque maneiras criativas de usar essa novidade, oferecendo isso para o público não somente como uma forma de pagamento."

    Ainda assim, a Bitinvest procura comerciantes e oferece parceria, caso eles desejem receber pagamentos de seus clientes em bitcoins e converter o valor imediatamente para reais. "Isso pode ser um bom negócio no futuro. Assim como empresas abriram sites na internet 20 anos atrás, mesmo sem público para acessá-los, elas podem apostar no bitcoin para sair na frente e fazer um laboratório", opina Pripas.

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