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    Em quatro anos, país teve outros nove apagões; veja motivos

    DE SÃO PAULO

    19/01/2015 18h24

    Em pouco mais de quatro anos, o Brasil enfrentou nove grandes apagões, além do desta segunda-feira (19).

    Os quatro últimos ocorreram por motivos variados (veja quadro abaixo), de curto-circuito a interferências que prejudicaram o funcionamento do sistema.

    Editoria de arte/Folhapress

    Em seu relatório técnico divulgado na última sexta-feira (16) com metas e diretrizes para operação do sistema elétrico ao longo desta semana, o ONS ressalta que, havia risco de "perda de carga" durante a execução de intervenções na rede.

    Essas "contingências", classificadas como "simples", teriam efeito local e não afetariam o Sistema Interligado Nacional como um todo. Ou seja, não causariam um apagão generalizado.

    Mesmo assim, essas chamadas "contingências" somente seriam liberadas "em períodos mais favoráveis, ou seja, nos horários em que a ocorrência de uma eventual contingência resulta no menor montante de perda de carga", segundo destacou o documento.

    As chamadas "intervenções" são, segundo o ONS, reparos programados na rede por agentes de distribuição, geração ou transmissão. O procedimento serve para que sejam feitos serviços na rede elétrica justamente para garantir a segurança dos equipamentos e o atendimento de metas.

    Na última semana, o ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) recomendou que os consumidores reduzam seu consumo. Segundo ele, a medida seria necessária já que a energia está custando mais caro em 2015.

    "Não é racionamento. Nós temos energia. Ela existe, mas é cara", afirmou ele na última quarta-feira (14).

    Na terça-feira (20), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) deve aprovar um aumento bilionário sobre as tarifas dos consumidores, repassando os gastos que o setor terá ao longo do ano.

    Esse será o primeiro de dois aumentos no custo da energia que já estão programados.

    RECORDE

    O mais recente recorde de demanda de energia do sistema elétrico foi observado no último dia 13, terça-feira da semana passada, nas regiões sudeste e centro oeste do país. De acordo com o documento "Boletim especial de carga", do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o setor demandou 51.295 MW, às 14h23. O recorde anterior dessa região havia sido no último dia 6, a primeira terça-feira do ano.

    O sistema funciona da seguinte maneira: as distribuidoras percebem os picos de consumo e avisam ao ONS, que manda as usinas produzirem mais e libera mais carga para as regiões. O boletim registra esse aumento de demanda por parte das distribuidoras. Segundo a Aneel, 1 MW é suficiente para abastecer o consumo de uma residência durante um mês inteiro.

    A Folha mostrou, em reportagem em 28 de janeiro de 2014, que o horário de pico de consumo de energia no país passou a ser no meio da tarde, entre 14h30 e 15h30, e não mais entre 18h e 20h, como era na época do apagão do governo de Fernando Henrique Cardoso.

    Segundo especialistas ouvidos na época, os dias de calor intenso e a mudança do perfil da economia, mais baseada em serviços, são os principais motivos para a mudança do horário de pico. Se antes o chuveiro elétrico era o vilão do apagão, hoje os algozes do sistema são os ar-condicionados. A partir de 28ºC, o corpo humano começa a sentir desconforto e sente necessidade de se refrescar.

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