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    Novo modelo de tributação para bebidas começa a valer em maio

    DA REUTERS

    20/01/2015 19h17

    A presidente da República Dilma Rousseff sancionou a lei que altera a tributação do setor de bebidas, a lei nº 13.097/14.

    A medida, que vai entrar em vigor no dia 1º de maio, já era esperada pelo setor e, na avaliação das entidades, a mudança no cálculo de tributos trará alívio a uma parcela dos fabricantes de bebidas.

    A lei inclui os segmentos de cerveja, água, refrigerantes, energéticos e isotônicos. O novo modelo aumenta a carga do setor em 10% neste ano.

    Pela nova regulamentação, as alíquotas das contribuições que incidem sobre a fabricação e importação de bebidas frias, serão de 2,32% para o PIS/Pasep e de 10,68% para o Cofins.

    No caso das vendas feitas na distribuidora atacadista, a alíquota é reduzida, de 1,86% para o PIS/Pasep e de 8,54% para a Cofins. Com isso, será gerado um crédito tributário para a distribuidora equivalente ao valor pago na indústria, ressarcindo o valor pago pelo atacadista e resultando em uma carga de 10,4% sobre toda a cadeia nas duas contribuições.

    O recolhimento de IPI, por sua vez, será feito apenas na produção, com a cobrança de 6% sobre cervejas e de 4% para outras bebidas.

    Fernando Rodrigues de Bairros, presidente da Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras), disse que o novo modelo vai trazer mais equilíbrio ao setor. Por muito tempo, as pequenas empresas sofreram com impostos abusivos e distorções.

    Com a tributação 'ad valorem', quem vender seu produto mais caro, pagará mais impostos, e quem vender seu produto mais barato, pagará menos, disse.

    Divulgação
    CervBrasil afirmou que novo modelo de tributação vai favorecer os investimentos das empresas do setor
    CervBrasil afirmou que novo modelo de tributação vai favorecer os investimentos das empresas do setor

    CERVEJARIAS

    A Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que representa as quatro maiores fabricantes de cerveja no país (Ambev, Petrópolis, Heineken e Brasil Kirin), informou nesta terça-feira que a sanção do novo modelo de tributação para o setor de bebidas frias vai favorecer os investimentos das empresas.

    De acordo com Paulo Petroni, presidente da CervBrasil, o novo sistema tributário é mais previsível e o aumento na carga tributária poderá ser melhor absorvido pelo mercado.

    Diante desse quadro, o setor acredita na continuidade do ciclo virtuoso de aumento de investimentos, geração de empregos e do crescimento da arrecadação suportado na expansão da indústria, afirmou o executivo em comunicado.

    No ano passado, a CervBrasil havia dito que a elevação da carga tributária dificultaria o setor a manter investimentos e o nível de produção. Em 2014, a produção de cerveja no país somou 14,147 bilhões de litros, o que correspondeu a um crescimento de 5% em relação a 2013.

    O setor respondeu por 3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2014, ante 2% um ano antes. O setor empregou direta e indiretamente 3,2 milhões de pessoas, e gerou R$ 33,4 bilhões em impostos ao ano.

    De acordo com a CervBrasil, o setor mais que triplicou os investimentos nos últimos cinco anos, passando de R$ 2,2 bilhões em 2009 para R$ 7,4 bilhões em 2013. Neste período, as empresas de bebidas frias investiram R$ 30,8 bilhões. Na avaliação da entidade, o novo modelo tributário é positivo para o setor de bebidas frias e deve contribuir para o combate à informalidade e à sonegação.

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