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    Trabalhadores da Mercedes não serão readmitidos, afirma empresa

    DE SÃO PAULO

    21/01/2015 18h19

    A Mercedes-Benz não pretende readmitir os funcionários demitidos em sua nova fábrica em Iracemápolis, no interior paulista, afirmou à Folha a empresa nesta quarta-feira (21).

    Em dezembro passado, 160 funcionários da fábrica de São Bernardo do Campo tiveram seus contratos encerrados. A eles foram oferecidas quantias que variaram entre 5 e 7 salários, dependendo do tempo de casa.

    Para diminuir custos diante do cenário de desaceleração no setor automotivo, a empresa abriu um plano de demissão voluntária (PDV), que teve a adesão de 100 funcionários. Outros 160 foram desligados. Além disso, a Mercedes prorrogou o "lay-off" (suspensão temporária do contrato de trabalho) de cerca de 750 colaboradores até o dia 30 de abril.

    A Mercedes afirmou que "está é uma questão já superada" e que as próximas contratações serão feitas "conforme o contexto da cidade e da região".

    No próximo mês, será realizada a cerimônia da pedra fundamental nas futuras instalações da fábrica no interior paulista. O início das operações em Iracemápolis está previsto para 2016.

    VOLKS

    No início do mês, os trabalhadores da Volkswagen em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, entraram em greve contra a demissão de 800 funcionários.

    A greve, que durou 10 dias, teve fim após uma assembleia realizada na última sexta-feira (16), quando a montadora decidiu readmitir os trabalhadores dispensados no início do ano e as atividades na fábrica foram retomadas na segunda (19).

    A Volks se comprometeu a pagar um abono salarial aos trabalhadores em 2015 e fará um reajuste, de porcentagem ainda não divulgada, nos salários em 2016. A proposta é semelhante à rejeitada pelos operários da montadora em dezembro.

    Daniel Sobral/Futura Press/Folhapress. 12.01.2015
    Protesto de metalúrgicos na rodovia Anchieta em São Bernardo do Campo (SP), no último dia 12.
    Protesto de metalúrgicos da Volks e da Mercedes na rodovia Anchieta em São Bernardo do Campo (SP), no último dia 12.

    SOCORRO

    Na próxima segunda-feira (26), representantes das centrais sindicais participam de uma reunião com o deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB e candidato à Presidência da Câmara. Eles pretendem entregar o resumo das reivindicações ao candidato, e esperam que ele, se eleito, se torne um "interlocutor com o governo", afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

    Os líderes pedirão a Cunha que adie a votação das MPs e retire delas o caráter de urgência pedido pelo governo. Eles entendem que tais medidas ferem a Constituição.

    A reunião acontece na segunda-feira (26), às 10h, na sede da Força Sindical, em São Paulo.

    PROTESTOS

    Durante reunião ocorrida no último dia 13, na sede da CUT, em São Paulo, sindicalistas marcaram para os próximos dias 28 de janeiro e 26 de fevereiro, dois atos conjuntos das centrais sindicais.

    Todos os sindicatos filiados participarão dos protestos, em apoio aos trabalhadores das montadoras que estão sob alerta, segundo sindicatos.

    Também está nas pautas das manifestações, o pedido de revogação das medidas provisórias (MP) 664 e 665, anunciadas pelo governo em dezembro, que dificultam o acesso a benefícios trabalhistas.

    "O governo tinha se comprometido a ter mais diálogo com as centrais sindicais e não foi isso que aconteceu", afirma Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

    O evento nacional contará com assembleias e panfletagem em locais de grande fluxo de pessoas, como terminais de ônibus e estações de metrô, além de algumas paralisações.

    No dia 26 de fevereiro, acontece a Marcha da Classe Trabalhadora, com concentração na Praça da Sé, em São Paulo. Cada sindicato, no entanto, é autônomo para definir o próprio cronograma. Procurada, a CUT não soube informar quais classes irão interromper suas atividades.

    colaborou NICOLAS ANDRADE

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