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    Economia terá 'resultado negativo no curto prazo', diz Levy em Davos

    MARIA CRISTINA FRIAS
    ENVIADA ESPECIAL A DAVOS

    22/01/2015 02h00

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse a investidores no Fórum Econômico de Davos, na Suíça, que a economia brasileira deve ter um desempenho negativo no curto prazo, mas que sua equipe trabalha para recuperar a credibilidade e retomar o crescimento com velocidade.

    "A economia brasileira poderá ter algum resultado negativo no curto prazo, mas é preciso lembrar que o trabalho feito é para restaurar a confiança e o país voltar a crescer", disse Levy nesta quarta (21), referindo-se a taxas do PIB e de desemprego.

    "Já tentamos acelerar na quarta marcha, com incentivos e tudo isso, e vimos que não estava mais tendo tração. Quando a gente acerta as coisas em seus lugares, a retomada vem com velocidade", disse a jornalistas durante balanço de seu primeiro dia no Fórum, que reúne empresários, chefes de Estado e líderes de diversas áreas nos alpes.

    "Temos de construir passo a passo. Não adianta fazer previsões ultraotimistas. Adquirindo confiança, o pessoal entra em campo."

    Jean-Christophe Bott/Efe
    Menino observa mostra de bonecos de neve feita por ONG em homenagem ao Fórum Econômico Mundial de Davos, Suíça
    Menino vê mostra de bonecos de neve feita por ONG em homenagem ao Fórum Econômico em Davos

    Para Levy, investidores continuam a demonstrar interesse no Brasil.

    O ministro participou de um almoço oferecido pelo Itaú Unibanco a ele e ministros de outros países, com a presença também de empresários, grande parte de companhias estrangeiras.

    Para pessoas que estiveram no almoço, o ministro passou confiança.

    Alguns dos presentes interpretaram a ausência de Dilma Rousseff em Davos e o envio de Levy como sinalização de que a economia foi delegada, de fato, ao novo ministro.

    O ministro da Fazenda da Colômbia, Mauricio Cárdenas, disse à Folha que enfatizou durante o almoço a importância da escolha e da liderança de Levy no Brasil.

    "Comentaram a falta de liderança na América Latina e eu destaquei a de Levy."

    O comentário "sensibilizou" o ministro, segundo duas pessoas que participaram do evento do banco.

    As declarações de Levy foram bem recebidas no Brasil também. Após sua fala, os juros futuros acentuaram a trajetória de queda e o dólar recuou (leia na pág. B4).

    O ministro afirmou ainda que a queda do preço do petróleo não prejudica o país.

    Apesar da Petrobras, "o petróleo mais barato, na média, é favorável ao Brasil", disse.

    "O pré-sal já é uma realidade, e a Petrobras já produz e vai aumentar esse volume daqui a pouco para 1 milhão de barris por dia."

    Levy afirmou ainda que o ministério vai tomar nos próximos meses medidas para "facilitar impostos".

    "Vamos trabalhar ao máximo para antecipar essas medidas. Por enquanto, estamos arrumando o convés, arrumando a casa."

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