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    BC europeu lança pacote de estímulo de 60 bilhões de euros mensais

    DE SÃO PAULO

    22/01/2015 11h54

    O BCE (Banco Central Europeu) anunciou nesta quinta-feira (22) um plano para comprar títulos privados e públicos que totalizará 60 bilhões de euros mensais.

    De acordo com o presidente da autoridade monetária da zona do euro, Mario Draghi, o programa começará em março de 2015 e inicialmente está previsto para terminar no final de setembro de 2016.

    O valor final do pacote de estímulos foi superior ao que o mercado especulava, que era de 50 bilhões de euros mensais.

    A decisão ocorre após um debate que durou meses e que encontrou a resistência de representantes alemães do Conselho do BCE –que reúne 25 membros. Eles se opunham ao que consideram uma "transferência de riqueza" para países mais pobres da zona do euro, como Grécia e Itália. A Alemanha, maior economia do bloco e o mais influente, teme que o programa do BCE encoraje empréstimos negligentes.

    Boris Roessler - 21.jan.2015/Efe
    BCE anuncia programa de estímulo de 60 bilhões de euros para reanimar zona do euro
    BCE anuncia programa de estímulo de 60 bilhões de euros para reanimar zona do euro

    Draghi explicou que os bônus serão comprados no mercado secundário em proporção ao capital do BCE, o que significa que as maiores economias, da Alemanha para baixo, terão mais de sua dívida comprada pelo Banco Central Europeu do que países menores.

    O dinheiro incluirá parte de programas já existentes. Países sob pacotes de resgate, como a Grécia, serão incluídos, mas com critérios adicionais.

    Ao justificar a adoção do programa, Draghi citou o processo de deflação pelo qual passa a zona do euro. Os preços ao consumidor na zona do euro passaram a cair no mês passado, recuando 0,2%, bem abaixo da meta de inflação de pouco menos de 2%.

    O BCE está preocupado com a possibilidade de um período prolongado de inflação muito baixa mudar as expectativas dos consumidores e levá-los a segurar as compras na esperança de preços ainda mais baixos, provocando deflação persistente.

    A inflação na zona do euro permanece abaixo de 1%, ou o que o BCE chama de zona de perigo, desde outubro de 2013.

    Mais cedo, o BCE havia anunciado a manutenção de suas taxas de juro, deixando os custos de empréstimos em mínimas recordes.

    O BCE já cortou a taxa de juros para mínimas recordes, começou a comprar ativos do setor privado e canalizou centenas de bilhões de euros em empréstimos baratos a bancos, na esperança de que emprestariam o dinheiro, estimulando o crescimento.

    A decisão do BCE de adotar um pacote de estímulos ocorre na esteira dos bem-sucedidos programas de compra de ativos do Federal Reserve (Fed, banco central americano) e do Banco da Inglaterra, que ajudaram na recuperação econômica de Estados Unidos e Reino Unido, respectivamente.

    Em dezembro, o governo do Japão aprovou um pacote de estímulo nos gastos no valor de US$ 29 bilhões, destinados a ajudar as regiões menos desenvolvidas e as famílias do país com subsídios, mercadorias e outras atividades, mas analistas estão céticos sobre o quanto isso pode estimular o crescimento.

    Com agências de notícias

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