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    Ações da Petrobras caem mais de 3% com mercado de olho em balanço

    DE SÃO PAULO

    27/01/2015 12h01

    A expectativa pela divulgação do balanço não auditado da Petrobras nesta terça-feira (27) guia as ações da estatal a uma baixa de mais de 3%, ajudando a empurrar o principal índice da Bolsa brasileira para o vermelho. A aversão ao risco observada nos mercados internacionais amplia a perda na BM&FBovespa.

    Às 12h (de Brasília), o Ibovespa cedia 2,35%, para 47.436 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 909 milhões. No mesmo horário, as ações preferenciais da Petrobras, sem direito a voto, recuavam 3,53%, para R$ 9,56 cada uma, enquanto as ordinárias, com direito a voto, mostravam desvalorização de 3,77%, para 9,18.

    A petroleira deve divulgar nesta terça seu balanço não auditado referente ao terceiro trimestre do ano passado. O mercado espera que a companhia apresente uma baixa contábil de bilhões de reais nos números, segundo analistas, considerando os desvios de corrupção denunciados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal.

    Para Ricardo Kim, da XP Investimentos, a grande questão é de quanto será a baixa contábil e quando a companhia divulgará a versão auditada do balanço. "Vale ressaltar que a presidente da companhia, Graça Foster também admitiu a dificuldade em tornar público os números oficiais, já que, a cada denúncia de desvio de recursos, a realidade financeira da companhia é alterada", disse em relatório.

    Além da expectativa pelo balanço da Petrobras, continua pesando negativamente na Bolsa brasileira a possibilidade de racionamento de água e energia no país, o que derrubou as ações de elétricas e empresas de saneamento na semana passada.

    "A situação é dramática e a cada nova previsão de chuvas para o restante do ano mostra que o racionamento é inevitável, do ponto de vista elétrico (ter energia nos momentos de pico de consumo) como do ponto de vista energético: termos energia para chegar em dezembro de 2015 com alguma água nos reservatórios", afirmou Kim.

    No exterior, os mercados europeus e os futuros nos Estados Unidos seguiam em tendência de queda, às 11h50 (de Brasília), refletindo a incerteza política na Grécia, após o líder esquerdista Alexis Tsipras ter se tornado o primeiro-ministro do país, e dados da economia chinesa.

    A desaceleração econômica da China em 2014 afetou o lucro do setor industrial daquele país em dezembro, que recuou 8% na comparação anual, pior desempenho em pelo menos um ano. Com isso, as ações preferenciais da Vale cediam 3,66%, para R$ 16,84 cada uma. O país asiático é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

    Os papéis da varejista Hering despencavam 7,43%, para R$ 18,20 cada um, após a empresa divulgar queda de 3,8% nas vendas no quarto trimestre de 2014 em lojas abertas há mais de 12 meses e aumento modesto de 0,5% na receita bruta.

    O setor de telecomunicações também sofria. O Ministério Público da Bahia instaurou inquérito civil para apurar o descumprimento de regras impostas pelo Marco Civil da Internet. Na mira está a TIM, que lançou promoção para acesso ilimitado ao WhatsApp, sem desconto da franquia do usuário, produto chamado "TIM WhatsApp".

    Às 12h, as ações da TIM registravam desvalorização de 2,22%, para R$ 11,87, enquanto os papéis da Oi tinham baixa de 4,55%, para R$ 6,29 cada um. Das 68 ações do Ibovespa, apenas três subiam: Fibria (0,30%), Duratex (0,53%) e Qualicorp (1,25%).

    CÂMBIO

    O dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,39% sobre o real, às 12h, para R$ 2,579 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, cedia 0,57%, também para R$ 2,579. A moeda americana teve alta nos dois últimos pregões.

    O Banco Central do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções diárias no câmbio, por meio do leilão de 2.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), por US$ 98,5 milhões.

    A autoridade também promoveu um outro leilão para rolar 10 mil contratos de swap que venceriam em 2 de fevereiro, por US$ 487,9 milhões. Até o momento, o BC já rolou cerca de 85% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem, equivalente a US$ 10,405 bilhões.

    Com Reuters

    Folhainvest

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