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    'Sabia que não escaparia', diz demitido na crise do setor de álcool e açúcar

    GABRIELA YAMADA
    DE RIBEIRÃO PRETO

    28/01/2015 02h00

    Não teve troca de presentes nem ceia no Natal da família do ex-soldador Francisco de Carvalho Neto, 44. Demitido em novembro, ele é um dos mais de 2.000 metalúrgicos que perderam o emprego em Sertãozinho.

    "Não fui pego de surpresa porque sabíamos que eu não ia escapar da crise", disse ele, que participou do protesto nesta terça (27).

    Morador de Pontal, distrito de Sertãozinho, ele afirmou que tem feito "bicos" para sustentar a mulher e as três filhas. Há duas semanas, afirmou, obteve R$ 250 como flanelinha em um show em Ribeirão Preto.

    A balconista Alessandra Soares, 32, foi ao ato com o marido, Juarez Antônio Soares, 33, que também perdeu o emprego em novembro, mês em que duas empresas demitiram 325 trabalhadores em dois dias: a Simisa mandou embora 175 funcionários e a Fuzi-tec, 150.

    Ambas produzem peças e máquinas e fazem manutenção em usinas.

    "Meu marido recebeu o acerto só neste mês", disse Alessandra. Segundo ela, Soares sofreu três meses de atraso no salário em 2014.

    As duas famílias estão no rol de beneficiadas pelo "pacto social pelo emprego", criado por representantes de supermercados, serviços de saúde e outros para aliviar a crise financeira.

    Entre as medidas, há uma cesta básica social a R$ 69,90. Operadoras de plano de saúde se comprometeram a manter as mensalidades nos valores cobrados nos contratos corporativos.

    O Banco do Brasil e os comerciantes se comprometeram a renegociar dívidas de desempregados, e a Prefeitura suspendeu a cobrança de débitos a partir de 2011.

    O pacto vai até março, quando começa a nova safra da cana-de-açúcar.

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