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    Ações da Petrobras tombam mais de 5% e voltam a derrubar Bolsa

    DE SÃO PAULO

    30/01/2015 11h53

    As ações da Petrobras têm novo tombo nesta sexta-feira (30), após a agência de classificação de risco Moody's ter rebaixado todas as notas de crédito da companhia, citando preocupações com investigações sobre corrupção na estatal e possível pressão sobre a liquidez da empresa em função de atraso na divulgação do balanço auditado.

    Às 11h50 (de Brasília), os papéis preferenciais da Petrobras, mais negociados e sem direito a voto, perdiam 6,63%, para R$ 8,17 cada um. Essa era a maior queda entre os 68 ativos do Ibovespa. Já as ações ordinárias da estatal, com direito a voto, recuavam 5,43%, para R$ 8,01 cada uma. Ambas estão em seu menor nível em 11 anos.

    O desempenho voltava a empurrar o Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, para o vermelho. Às 11h50, a desvalorização era de 2,37%, para 46.628 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,3 bilhão.

    Para Ricardo Kim, analista da XP Investimentos, "a situação segue complicada" para a Petrobras, principalmente por causa do elevado nível de endividamento da empresa (4,63 vezes é a relação entre a dívida líquida e a geração operacional de caixa da companhia).

    "Se não emitir o balanço do quarto trimestre de 2014 auditado até junho, dívidas futuras serão antecipadamente consideradas vencidas. Sabemos que ainda estamos longe dessa situação, quatro meses, mas é algo que preocupa, pois a própria presidente da companhia destacou que pode demorar mais de dois anos para descobrir 'todos os problemas' da petroleira", afirma em relatório.

    Diversas ações do setor elétrico apareciam entre as maiores baixas do Ibovespa, e o índice de energia elétrica da Bolsa recuava cerca de 3%. Estimativas iniciais para fevereiro do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apontaram que as chuvas que devem chegar aos reservatórios das hidrelétricas do Sudeste do país durante o mês serão de cerca de 52% da média histórica.

    Às 11h50, os papéis da Copel (Companhia Paranaense de Energia) perdiam 5,64%, para R$ 31,14 cada um, enquanto a Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) tinha desvalorização de 5,49%, para R$ 11,71.

    Apenas três empresas do Ibovespa mostravam ganho no mesmo horário, todas beneficiadas pelo avanço do dólar no pregão: Suzano (+0,38%, para R$ 10,68), BRF (+0,41%, para R$ 63,16) e Fibria (+0,19%, para R$ 31,26).

    CÂMBIO

    No câmbio, o dólar disparava em relação ao real, após a sinalização do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que não há intenção do governo de manter a moeda brasileira valorizada artificialmente.

    Às 11h50, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 2,56% sobre o real, cotado em R$ 2,679 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, subia 2,67%, para R$ 2,682.

    A avaliação de operadores é que a alta do dólar reflete a saída de investidores estrangeiros do país, diante do agravamento da crise na Petrobras, além da "briga" pela formação da Ptax (taxa de câmbio média mensal, calculada pelo Banco Central no último dia útil de cada mês, que baliza o fechamento de contratos cambiais).

    A forte valorização do dólar, dizem operadores, também ocorre com a interpretação da fala de Levy de que o governo deverá adotar uma postura mais passiva em relação ao câmbio. O Banco Central vem atuando diariamente nesse mercado desde agosto de 2013 para limitar a volatilidade e oferecer proteção cambial.

    A autoridade monetária reduziu o ímpeto das intervenções duas vezes, a mais recente no fim do ano passado. Sob o atual formato, o programa durará pelo menos até 31 de março de 2015, com ofertas de 2 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.

    Nesta sexta-feira, o BC do Brasil deu continuidade ao seu programa de intervenções, leiloando 2 mil contratos de swap por US$ 99 milhões. A autoridade monetária ainda não anunciou o início da rolagem de swaps que vencem em 2 de março, que equivalem a US$ 10,438 bilhões. O BC vem fazendo rolagens praticamente integrais nos últimos quatro meses.

    Com Reuters

    Folhainvest

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