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    Contas públicas fecham 2014 com rombo inédito de R$ 32,5 bilhões

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    31/01/2015 02h00

    Estados e empresas estatais também registraram no ano passado deficit expressivos em suas contas, de R$ 13,3 bilhões e R$ 4,3 bilhões respectivamente, contribuindo para aprofundar o buraco do setor público, segundo números divulgados nesta sexta pelo Banco Central.

    Juntos, União, Estados e municípios fecharam 2014 com deficit de R$ 32,5 bilhões (0,63% do PIB), primeiro resultado negativo registrado pelo BC na série histórica iniciada em dezembro de 2001.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Para 2015, a nova equipe econômica promete um superavit de 1,2% do PIB. Segundo o BC, uma política fiscal "consistente" contribui para o combate à inflação, pois permite que as ações de política monetária (alta dos juros) sejam plenamente transmitidas à economia.

    Para alcançar esses resultados, já foram anunciadas várias medidas de aumento de tributos e corte de gastos.

    Para a consultoria Rosenberg Associados, as medidas estão na direção correta, mas ainda são insuficientes para garantir a meta do governo. "Mesmo se a meta não for cumprida integralmente, vindo de um primário negativo neste ano, um resultado próximo de 1% já seria comemorável", diz a consultoria.

    Como o governo não teve dinheiro para cobrir todas as suas despesas, isso levou a um aumento do seu endividamento, segundo o BC.

    A dívida líquida -diferença entre o que o governo deve e seus ativos, como as reservas em moeda estrangeira- terminou o ano em 36,7% do PIB, maior percentual desde fevereiro de 2012 (37,4%). É a primeira vez desde 2009 que a dívida líquida na comparação com o PIB sobe em um ano fechado. O BC espera que suba novamente, para 38,2%, no fim de 2015.

    O foco da nova equipe econômica, no entanto, é a redução da dívida bruta, que subiu de 56,7% para 63,4% do PIB de 2013 para 2014. O BC também espera que esse indicador cresça em 2015, para 65,2%. Segundo o BC, isso ocorre porque o redirecionamento da política econômica do governo é gradual.

    "O objetivo é estancar a trajetória de crescimento da dívida bruta e depois fazer com que ela volte à trajetória de redução", disse o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Rocha.

    Se forem acrescentadas também as receitas e despesas financeiras, o setor público fechou o ano com deficit de 6,7% do PIB.

    SÃO PAULO

    As contas de São Paulo, considerando Estado, prefeitura da capital e principais municípios, sofreram a maior deterioração, em termos absolutos, entre 2013 e 2014. Passaram de um superavit de R$ 8,3 bilhões (maior resultado do país em 2013) para deficit de R$ 3,5 bilhões.

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