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    Sem dividendos, atratividade das ações da Petrobras ficaria ainda menor

    GILMARA SANTOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    02/02/2015 02h00

    Até 2014, um dos principais atrativos para os pequenos investidores na Petrobras era o recebimento de dividendos (fatia do lucro da empresa distribuída aos acionistas).

    Na quinta-feira (29), porém, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, admitiu que o não pagamento de dividendos é uma "alternativa que poderá ser considerada, dependendo da avaliação da situação financeira da companhia".

    Mauro Calil, consultor em finanças pessoais, afirma que, se essa hipótese se confirmar, prejudicará muito os minoritários.

    "A não distribuição de dividendos é terrível e mais um ponto para prejudicar ainda mais a empresa", afirma.

    Em 2013, a companhia pagou em dividendos R$ 0,78 por ação e, em 2014, R$ 0,99. "Nos últimos anos, os proventos [remuneração da empresa ao acionista, como dividendos] vinham sempre subindo, o que é um efeito muito bom para o chamado "dividend yield" [quociente do valor pago em proventos e o preço da ação]", diz Rafael Paschoarelli, professor de finanças da USP.

    Valter Police, planejador financeiro, afirma que as duas principais vantagens de um investimento em ação são a valorização do papel ao longo do tempo e a participação no lucro da empresa por meio dos proventos.

    "Com as ações perdendo valor, a possibilidade de não ter distribuição de dividendos deixa a situação para os acionistas minoritários ainda mais delicada", diz.

    PREÇO DO PETRÓLEO

    Além das denúncias de corrupção, a companhia tem que enfrentar o impacto da queda do preço do petróleo em seu desempenho financeiro.

    "Com o preço do barril de petróleo na casa dos US$ 60, o principal ativo da Petrobras, o pré-sal, fica comprometido, já que a estimativa é que ele seja viável com petróleo entre US$ 100 e US$ 130 o barril", diz William Eid, professor de finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas).

    Na sexta-feira (30), o petróleo fechou a US$ 52,99 em Londres e a US$ 48,24 em Nova York.

    Folhainvest

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