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    Vale prevê aumento de 12,5% nas vendas de minério para a China

    MARCELO NINIO
    DE PEQUIM

    05/02/2015 02h00

    Depois de atingir um volume recorde em 2014, a venda de minério de ferro da Vale para a China deve aumentar neste ano, apesar da queda no crescimento econômico do país asiático. A previsão da mineradora brasileira é de que o volume exportado para a China cresça de 160 milhões de toneladas no ano passado para 180 milhões de toneladas, aumento de 12,5%.

    Em meio à desaceleração da demanda chinesa e o aumento da produção das principais mineradoras do mundo, entre eles a Vale, os preços do minério de ferro caíram mais de 50% no ano passado.

    Os maiores produtores aumentaram a oferta da commodity em 234 milhões de toneladas nos últimos dois anos, disse o diretor de ferrosos da Vale, Peter Poppinga. Ele ressaltou que o aumento da produção faz parte da busca da empresa por maior competitividade.

    "É tudo uma questão de escala, logísticas integradas e eficiência de custos", disse Poppinga, durante uma conferência sobre minério de ferro em Pequim.

    A meta da Vale é que a produção neste ano chegue a 340 milhões de toneladas de minério de ferro, um aumento de 6% em relação a 2014. Desse total, a previsão é de que quase 53% sigam para a China.

    Li Xinchuang, vice-secretário-geral da Associação de Ferro e Aço da China, previu que as importações de minério de ferro do país subam 7,1% neste ano, chegando pela primeira vez a um bilhão de toneladas.

    A expectativa é de que os preços baixos tirem concorrentes menores do jogo e aumente a concentração entre os maiores produtores. A fatia do Brasil e da Austrália nas importações chinesas de minério deve aumentar de 77% em 2014 para mais de 80% em 2015, disse Li.

    Seguindo a análise predominante no mercado, ele prevê que os preços neste anos ficarão entre US$ 65 e US$ 75 a tonelada. Em dezembro, a mesma quantidade de minério de ferro foi negociada a US$ 68,8, uma queda de 50% em relação a um ano antes.

    Apesar da expectativa de aumento das importações chinesas da commodity, a previsão é de uma queda de 1,1% na produção de aço no país em 2015. Segundo Li, a demanda por aço na China atingiu seu "pico".

    Poppinga, porém, não concorda com a avaliação. "Ainda há muito o que ser feito, especialmente no oeste do país", disse o diretor da Vale.

    VALEMAX

    Após participar da conferência, Poppinga fez uma visita à Cosco, empresa com a qual a Vale negocia os últimos detalhes de um acordo destinado a facilitar o transporte de minério de ferro para a China.

    O negócio prevê a construção de dez navios Valemax, com capacidade para 400 milhões de toneladas, que serão alugados à Vale por 25 anos. Inclui ainda a venda de quatro Valemax da Vale para a Cosco.

    A expectativa da mineradora brasileira é de que o acordo seja assinado em no máximo três meses, removendo as restrições que impediam os supercargueiros de entrar nos portos chineses, impostas pelo lobby dos armadores locais.

    O Valemax faz parte da estratégia da Vale de transportar um volume maior, para reduzir o custo do frete e competir com as mineradoras australianas, que estão a uma distância menor da China.

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