A vice-presidente da Sony Pictures Entertainment, Amy Pascal, renunciou ao cargo, conforme informou a empresa nesta quinta-feira (5). Pascal era também presidente do grupo de imagem em movimento da Sony. A executiva, porém, permanece na empresa.

Detalhes de seu novo projeto em produção na Sony não foram divulgados.

Um ataque hacker ao estúdio no final do ano passado expôs trocas de e-mails entre Pascal e o produtor Scott Rudin contendo ofensas à atriz Angelina Jolie e comentários racistas sobre o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O episódio ocorreu enquanto a companhia se preparava para lançar "A Entrevista", uma comédia sobre uma trama fictícia para assassinar o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un. O ataque hacker debilitou a rede de computadores da Sony Pictures em novembro e levou ao vazamento on-line de salários de executivos, filmes não lançados e e-mails embaraçosos.

Segundo a Sony, Pascal deixará seu cargo em maio e ainda não há sucessor nomeado. Por enquanto, sua saída dá poderes sobre as operações cinematográficas da Sony ao presidente-executivo da empresa, Michael Lynton.

	Kevork Djansezian - 11.dez.2014/Reuters
	Amy Pascal, então vice-diretora da Sony Pictures, no lançamento de "A Entrevista", em Los Angeles

CARREIRA

Amy Pascal, frequentemente citada como executiva de alto escalão da indústria cinematográfica, trabalha na Sony desde 1996, quando se tornou presidente da unidade Columbia Pictures, depois de ser presidente de produção da Turner Pictures. Antes de ingressar na Turner Pictures, Pascal já havia trabalhado na Sony desde 1988.

"Passei quase toda a minha vida profissional na Sony Pictures e estou entusiasmada para começar este novo capítulo na empresa que eu chamo de casa", disse ela em comunicado.

NA MIRA

Em um esforço para aumentar a rentabilidade da Sony, um dos maiores estúdios de Hollywood, Michael Lynton tem reduzido pessoal e trocado executivos.

Suas decisões recentes podem dar pistas sobre quem irá substituir Pascal.

Ele promoveu Douglas Belgrad à presidência de operação de filmes da Sony, dando a ele autoridade para supervisionar a produção cinematográfica sem Pascal.

Lynton também colocou à disposição de Belgrad um auxiliar pessoal experimente, o ex-executivo da DreamWorks Michael de Luca, e fez acordos de produção que colocaram Thomas E. Rothman, ex-chefe executivo da Fox Filmed Entertainment, à frente da divisão TriStar e o ex-chefe de estúdio da Warner Jeff Robinov como produtor com financiamento externo substancial.

Todas essas decisões "espremeram" Pascal, que por anos liderava a unidade de filmes da Sony sem desafios sérios. Ao mesmo tempo, a vice-presidente era pressionada por mudanças estratégicas, pressão esta que começou com a aposentadoria de um apoiador seu, o ex-chefe executivo da Sony Howard Stringer.

Com a saída de Stringer, o estúdio apertou os gastos e procurou focar mais nas franquias e filmes do universo fantástico, que têm sustentando concorrentes como a Warner e a Disney.

	Editoria de Arte/Folhapress