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    Brasil promete ao G20 plano para impulsionar investimentos

    LEANDRO COLON
    ENVIADO ESPECIAL A ISTAMBUL

    09/02/2015 15h52

    O governo brasileiro tem prometido aos chefes de economia do G20 anunciar até abril uma estratégia para alavancar o investimento no país, entre as medidas para retomar o crescimento da economia.

    A delegação do Banco Central, liderada pelo presidente Alexandre Tombini, busca, nas reuniões reservadas do grupo, transmitir otimismo às demais potências apesar da perspectiva de um ano de 2015 sem crescimento.

    A cúpula com os chefes de economia do G20 ocorre entre segunda (9) e terça-feira (10) em Istambul, na Turquia.

    O discurso do BC é tentar mostrar que o país está no rumo certo para reforçar a "confiança" nas política públicas, elevar a poupança e impulsionar os investimentos.

    Por enquanto, o governo não detalhou na reunião esse plano de investimentos, mas ressaltou que outros integrantes do G20 também devem anunciar medidas parecidas até abril.

    O primeiro dia de cúpula em Istambul ocorre ao mesmo tempo em que estimativas do mercado divulgadas pelo Banco Central apontam uma inflação de 7,15%, um PIB estagnado e um superavit menor, de 1%.

    As autoridades informaram os colegas de G20 que o Brasil vive um "processo de reequilíbrio macroeconômico", envolvendo um ajuste fiscal e uma política monetária em busca da meta de 4,5% de inflação no fim de 2016.

    Tombini e sua equipe têm explicado que as medidas devem refletir num aumento inflacionário agora no começo de 2015, mas que isso busca, no médio prazo, retomar o crescimento do país.

    Neste domingo (8), em um evento, o presidente do BC havia dito que sua missão na Turquia era convencer o G20 de que o Brasil está no caminho certo em meio ao pessimismo para 2015.

    O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, era aguardado para chegar a Istambul na segunda-feira no fim da tarde para também participar das reuniões.

    RECEITA DOS RICOS

    Reduzir a informalidade do mercado de trabalho, avançar nos investimentos em educação e infraestrutura, além de combater as "distorções tributárias" e diminuir barreiras comerciais.

    Essa é a receita da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), espécie de clube dos países mais ricos do mundo, para a retomada do crescimento da economia brasileira.

    Em relatório divulgado no encontro do G20, em Istambul, o órgão apresentou uma série de medidas que, na sua visão, devem ser tomadas pelas autoridades brasileiras.

    "A força de trabalho mais qualificada, a melhoria na infraestrutura, e menos distorções tributárias resultariam em melhorias de produtividade", diz trecho do documento, apresentado pelo secretário-geral da OCDE, o mexicano Angel Gurría.

    O estudo enfatiza, por exemplo, que "nenhuma medida foi tomada" para amenizar a questão dos tributos. O país, destaca, precisa "reduzir a fragmentação e complexidade do sistema".

    O relatório aponta, entre outras coisas, obras inacabadas do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), sugerindo que o país "melhore a capacidade de executar projetos sem atrasos desnecessários". Nesse trecho, o OCDE destaca a necessidade de se modernizar o setor portuário e a rede de distribuição elétrica.

    O documento diz ainda que, para acelerar a produtividade, o país precisa investir na melhoria do seu sistema educacional. "Por meio de uma melhor remuneração dos professores e incentivos de desempenho mais efetivos", diz. A OCDE recomenda período escolar integral e a construção de mais escolas.

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