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    Fabricante de ônibus afirma que dólar é saída para logística ruim do país

    RENATA AGOSTINI
    DE SÃO PAULO

    10/02/2015 02h00

    Diante dos agudos problemas de infraestrutura do país, somente uma desvalorização mais forte do real em relação ao dólar é capaz de salvar a indústria em 2015, avalia o diretor-geral da fabricante de ônibus Marcopolo, José Rubens de La Rosa.

    "Todas as dificuldades logísticas e de infraestrutura que imputamos no custo Brasil não se resolvem em um ano. Esses custos persistem, mas o fator cambial dá um pequeno alento para o Brasil tentar recuperar alguns mercados", afirma.

    A empresa gaúcha é uma das grandes exportadoras do país. Cerca de um terço, dos quase R$ 4 bilhões de faturamento por ano, vem das vendas para o exterior.

    Na avaliação de La Rosa, o real fraco, que aumenta o poder de competição dos produtos brasileiros externamente, também dá munição às indústrias no mercado interno, em que os produtos importados vêm ganhando espaço.

    O executivo acredita que, no limite, o real mais barato em relação ao dólar pode vir a compensar medidas de aumento de impostos e redução de desonerações. "O grande jogo será sempre a taxa de câmbio", diz o executivo.

    Após anos de intenso crescimento, o comércio exterior brasileiro vive um momento de crise. É a quarta vez consecutiva que o país inicia o ano com um deficit bilionário na balança comercial, que mede a diferença entre importações e exportações. Em 2014, o rombo manteve-se durante quase todo o ano e o país teve o primeiro saldo negativo desde 2000.

    É com esses números em mente que os executivos brasileiros iniciaram nesta segunda-feira (9) os debates na reunião do Conselho Empresarial dos Brics –bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

    La Rosa é o atual presidente do órgão, que tem caráter consultivo e reúne cinco empresários de cada país. Pelo lado brasileiro, além da Marcopolo, participam WEG, Gerdau, Banco do Brasil e Vale.

    O grupo tem entre suas principais metas definir uma declaração conjunta com regras de investimento, iniciar o mapeamento das barreiras técnicas que atualmente inibem as exportações entre os cinco países e pressionar os chefes de Estado a iniciar a implementação do banco de desenvolvimento dos Brics, anunciado no ano passado.

    Apesar dos problemas econômicos vividos pela Rússia, fortalecer o bloco é visto pelo Brasil como um dos caminhos para retomar as vendas. No ano passado, o país teve superavit com os Brics.

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