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    Bolsa descola do exterior e fecha em baixa, arrastada por Vale e Petrobras

    DANIELLE BRANT
    DE SÃO PAULO

    10/02/2015 18h15

    A Bolsa brasileira desconsiderou as valorizações registradas pelos principais índices internacionais e fechou em baixa nesta terça-feira (10), pressionada pela queda dos papéis da Vale e da Petrobras.

    O Ibovespa, principal índice do mercado acionário brasileiro, fechou com queda de 1,77%, aos 48.510 pontos. Das 68 ações negociadas, 17 subiram e 51 caíram. O volume financeiro do dia foi de R$ 6,2 bilhões, abaixo da média diária negociada no ano, que é de R$ 6,5 bilhões até o dia 9 de fevereiro.

    No exterior, as principais Bolsas fecharam em alta. Na Europa, os principais índices subiram após notícias que indicarem um possível acordo sobre a dívida entre a Grécia e seus credores internacionais, com uma delas citando uma prorrogação de seis meses da dívida. Nos Estados Unidos, as Bolsas também operavam em terreno positivo nesta terça-feira.

    No Brasil, o Ibovespa chegou a subir 0,84%, mas perdeu força conforme aumentou a preocupação dos investidores com a economia brasileira.

    "A economia está em uma situação complicada. O cenário é ruim, o Carnaval vem aí. Ficar tantos dias posicionado na Bolsa é complicado. Nuca se sabe o que o governo pode fazer, pois o grau de incerteza é tamanho que ele pode mudar alguma coisa no meio do caminho", afirma Marcio Cardoso, sócio-diretor da corretora Easynvest.

    Para ele, a única forma de levar algum otimismo ao mercado é através dos ajustes fiscais que o governo se propõe a fazer. "É preciso implementar as medidas e fazer ajuste nos preços administrados", afirma. No entanto, para o curto prazo a perspectiva é ruim, avalia. "Não tem jeito, o que vai segurar a inflação é a demanda menor dos consumidores, que vai afetar o resultado das empresas e o crescimento do país", ressalta.

    Na segunda-feira, o boletim Focus, do Banco Central, mostrou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país deve ter variação zero em 2015 -há uma semana, esperava-se crescimento de 0,03%. A recuperação deve começar a chegar apenas em 2016, para quando se espera crescimento de 1,5%, a mesma taxa divulgada anteriormente.

    No dia, destaque para a queda dos papéis da Petrobras e da Vale, que ajudaram a arrastar o índice. As ações preferenciais da petrolífera, as mais negociadas, fecharam com queda de 3,88%, para R$ 8,92. Os papéis ordinários, com direito a voto, tiveram queda de 4,02%, para R$ 8,83.

    O novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, deve procurar investidores nacionais e internacionais para tentar tranquilizar o mercado sobre os rumos da empresa.

    Segundo a Folha apurou com integrantes do governo, o executivo fará uma teleconferência até a próxima sexta (13) a fim de acalmar acionistas e empresas preocupados com a situação da petroleira diante do escândalo de corrupção que tem afetado as contas da companhia.

    Já as ações da Vale fecharam em baixa após subirem na sessão anterior na expectativa da adoção de novas medidas de estímulo econômico pelo governo chinês, após dados ruins de desempenho comercial do país asiático.

    Na segunda-feira, a China informou que seu desempenho comercial caiu em janeiro, com a exportações 3,3% inferiores às registradas no mesmo período do ano anterior, enquanto as importações recuaram 19,9%, resultado muito pior do que esperavam os analistas.

    Principalmente por conta da forte baixa nas importações, especialmente de carvão, petróleo e outras commodities, a China registrou um superavit comercial de US$ 60 bilhões em janeiro.

    Já nesta terça-feira o país divulgou que a inflação anual ao consumidor da China atingiu a mínima de cinco anos em janeiro, enquanto a deflação ao produtor piorou destacando o aprofundamento da fraqueza na economia. Os dados também aumentam a pressão sobre as autoridades para injetarem mais estímulo com o objetivo de sustentar o crescimento.

    Os papéis preferenciais da Vale fecharam em baixa de 4,78%, para R$ 17,72. As ações ordinárias caíram 5,51%, a R$ 20,40.

    Folhainvest

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