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    Negócios que usam tecnologia móvel crescem 50% mais, mostra pesquisa

    FELIPE GUTIERREZ
    DE SÃO PAULO

    15/02/2015 02h00

    Pequenas e médias empresas que adotam tecnologias de aplicativos em alguma parte de suas operações têm observado um aumento de suas receitas maior do que os negócios que não aderem logo às novidades.

    Em países emergentes, o ganho das companhias mais tecnológicas é 50% maior do que o das demais.

    Esse é o resultado de uma pesquisa conduzida pelo Boston Consulting Group em conjunto com a Qualcomm no Brasil, Índia, China, EUA, Alemanha e Coreia do Sul.

    Davi Ribeiro/Folhapress
    Fernando Blay, da empresa Incube, que faz aplicativos para restaurantes, como o Kiik
    Fernando Blay, da empresa Incube, que faz aplicativos para restaurantes, como o Kiik

    A consultoria dividiu os negócios estudados em três categorias: líderes, seguidores e retardatários de tecnologias "mobile". No Brasil, cerca de 25% das pequenas e médias empresas foram consideradas líderes.

    Segundo Antonio Vagas, sócio da consultoria e um dos autores do estudo, os pesquisadores ficaram surpresos com a adesão às tecnologias de aparelhos móveis entre as pequenas empresas em desenvolvimento.

    A principal vantagem para os cerca de 500 entrevistados no Brasil foi encontrar mais clientes ou oportunidades de negócios, descreve.

    Foi o que aconteceu com Alexandre Rodrigues, 30, que tem um negócio de lavagem ecológica de automóveis. "Recebo toda minha demanda por aplicativo", diz. "Anotar pedido no papel é uma coisa retrógrada, depois eu sempre perdia o endereço."

    Ele lava de quatro a cinco carros por dia, e todos aparecem para ele no app Easy Carros, que conecta donos de automóveis com prestadores de serviços para carros.

    Isso, claro, tem um custo. Ele paga 10% da receita dele ao Easy Carros.

    Fernado Saddi, 24, um dos sócios da empresa que oferta o aplicativo, diz que têm hoje cerca de 50 credenciados. "São empreendedores que estão começando e a maior dificuldade deles é como aparecer para o mercado."

    Daniela Gorski, 43, uma das donas da confeitaria Dama, também usa aplicativos no negócio, mas não é para chamar novos consumidores.

    Nos estabelecimentos dela, cerca de 15% dos clientes pagam a conta usando um aplicativo no telefone.

    O aplicativo que a permite fazer isso chama-se Kiik. Segundo Fernando Blay, 44, um dos sócios da empresa responsável pelo app, eles estão em operação em cerca de 100 restaurantes.

    Os estabelecimentos usam o Kiik para gerenciar as filas em suas portas. Os clientes podem acompanhar quanto falta para serem chamados a sentar e também podem pagar suas contas.

    O consultor do Sebrae-SP Renato Fonseca afirma que as pequenas e médias empresas precisam analisar suas necessidades e as de seus clientes para investir nesse tipo de tecnologia.

    "Novas tecnologias são adotadas por quem está mais antenado. São empresas que buscam melhorias em seus processos, na forma de atender seus clientes", diz ele.

    Editoria de Arte/Folhapress
    Pesquisa relaciona receita com adoção de tecnologias móveis
    Pesquisa relaciona receita com adoção de tecnologias móveis

    TUDO PELO CELULAR

    Outros líderes de adoção de tecnologia "mobile" têm necessidades diferentes. A Premium, de Bruno Soldovieiri, 28, faz miniaturas que servem como brindes. Eles usam dois tipos de aplicativos: um para gerenciar contas da empresa e outro para receber pagamentos, chamado iZettle.

    Soldovieiri diz que uma das vantagens é que o app gera um relatório automático de suas vendas.

    Receber pelo app também possibilita que o dinheiro caia na conta dele depois de três dias. Para isso, paga entre 3,99% a 5,99% das transações ao iZettle.

    Heitor Barcellos, 38, da empresa que controla o iZettle, conta que entre os clientes dele há muitos prestadores de serviços em domicílio, como quem faz manutenção em computadores.

    "Um empreendedor que quer começar o negócio no mundo conectado de hoje precisa aceitar o meio de pagamento mais comum, ou limita as vendas", diz.

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