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    Nova equipe herda dívida de quase R$ 15 bilhões com o Banco do Brasil

    EDUARDO CUCOLO
    DE BRASÍLIA

    22/02/2015 02h00

    A nova equipe econômica herdou quase R$ 15 bilhões em dívidas atrasadas com o Banco do Brasil. São valores que não foram pagos nos últimos anos pelo Tesouro Nacional ao banco estatal com objetivo de melhorar o resultado das contas públicas.

    Essa dívida se refere, principalmente, a subsídios para financiamentos rurais com juros abaixo do custo de mercado. Essa diferença é bancada pelo Tesouro Nacional, que se compromete a repassar os recursos regularmente para as instituições públicas.

    Editoria de arte/Folhapress

    Os atrasos nos repasses a bancos públicos foram prática comum da equipe anterior no Ministério da Fazenda. Essas manobras estão, aliás, sob investigação do TCU.

    A operação, chamada de "pedalada", é uma forma de empurrar para a frente essas despesas. Nesse caso, a dívida dificulta a missão da atual equipe econômica de fazer neste ano um superavit de R$ 66 bilhões nas contas públicas e elevar esse resultado nos próximos dois anos.

    CAIXA

    O caso de atrasos com maior repercussão envolveu o adiamento no repasse de recursos relativos a despesas com programas sociais para a Caixa Econômica Federal.

    Em abril, o Banco Central questionou a Caixa, que estaria fazendo o pagamento de benefícios como Bolsa Família com recurso próprio, sem ressarcimento do Tesouro.

    O banco estatal, para evitar a acusação de que estaria financiando o Tesouro Nacional, um crime de responsabilidade fiscal, pediu à AGU (Advocacia-Geral da União) que arbitrasse a questão.

    Em setembro, o Tesouro começou a pagar essa dívida para encerrar a disputa.

    Também pesa sobre o caixa do Tesouro a dívida com o BNDES, responsável por vários programas de empréstimos subsidiados.

    Até setembro de 2014, eram devidos quase R$ 24 bilhões, praticamente o dobro do verificado no fim de 2012. Como o balanço ainda não foi publicado, não se sabe se a dívida caiu ou aumentou no final do ano passado.

    Procurados, o Ministério da Fazenda e o Tesouro Nacional não se manifestaram.

    Além das dívidas com bancos estatais, o governo tem pagamentos atrasados em várias áreas, incluindo fundos com recursos de trabalhadores, como FAT e FGTS.

    Nesse último caso, chegou-se a um acordo no ano passado para o pagamento de R$ 10 bilhões em 30 meses.

    O governo deve ainda cerca de R$ 7 bilhões ao fundo referentes a subsídios do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

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