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    Aos 90 anos, ilustrações provocativas renovam revista 'New Yorker"

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    22/02/2015 02h00

    Em seus 90 anos, a "New Yorker sempre chegou às bancas com uma ilustração ou pintura na capa.

    Na maior parte desse período, foram "casas de praia abandonadas, tigelas de frutas e mudanças de estações", segundo o editor, David Remnick.

    Nos últimos 20 anos, a revista passou a trazer na capa temas atuais e frequentemente polêmicos, como uma de 2008 em que Barack Obama vestia roupas tradicionais islâmicas e a mulher, Michelle, uma metralhadora nas costas –sátira à oposição do então candidato à Presidência.

    A mudança começou em 1992, com a contratação da editora de arte Françoise Mouly pela então editora Tina Brown, para quem as capas haviam se tornado "palidamente decorativas".

    Mas a virada definitiva viria na edição pós-atentados de 11 de setembro de 2001, com a sombra das Torres Gêmeas desenhada pelo premiado Art Spiegelman, marido de Mouly.

    Desde então, as capas são notícia. Em 2013, o protagonista da série "Breaking Bad" aparecia com o ditador sírio, Bashar al Assad, em seu laboratório de metanfetamina. Alusão ao suposto uso de armas químicas pelo regime sírio contra a população local.

    Em dezembro, a cidade de St. Louis foi retratada em branco e preto, refletindo as tensões que explodiram ali e sacudiram o país após policiais brancos serem inocentados, na Justiça, da morte de negros.

    "Queremos artigos e arte com valor duradouro", disse Remnick ao "New York Times". Ilustrações noticiosas, completou Mouly, "fazem sentido em duas semanas, dois meses ou em 200 anos".

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