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    Dólar bate R$ 2,90 e recua com Grécia e Brasil no radar; Bolsa oscila

    DE SÃO PAULO

    23/02/2015 11h17

    Após bater R$ 2,90 nos primeiros negócios, o dólar recua nesta segunda-feira (23), afetado pelo alívio no exterior causado pelo acordo costurado pela Grécia com a zona do euro. Já a Bolsa brasileira apresenta instabilidade neste pregão.

    Às 13h06, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha queda de 0,45%, a R$ 2,864. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, tinha desvalorização de 0,45%, a R$ 2,866.

    O acordo alcançado pela Grécia com a zona do euro ajuda a aliviar o dólar nesta sessão. Na sexta-feira, ministros das Finanças da área de moeda comum chegaram a um acordo para estender o programa de resgate à Grécia por quatro meses, mas o país ainda precisa apresentar uma lista de reformas nesta segunda-feira a ser aprovada por seus credores para ratificar o compromisso.

    Um porta-voz do ministério alemão das Finanças afirmou nesta segunda que os ministros das Finanças da zona do euro vão discutir a lista de reformas da Grécia, quando for entregue, numa teleconferência na terça-feira. Ele acrescentou que a Alemanha espera que seja "coerente e plausível".

    Na avaliação de analistas, a moeda americana tem tendência de valorização em relação ao real. "O mercado tem aumentado a percepção de risco do país. Além disso, à medida que o mercado entende que o governo brasileiro vai deixar o real tomar o caminho da desvalorização sem intervir, vai levando o real ao patamar que considera justo", ressalta Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora.

    Segundo ele, o dólar deve começar a refletir os fundamentos da economia brasileira, que deve ter retração de 0,50% neste ano, de acordo com estimativa da pesquisa Focus, realizada semanalmente pelo Banco Central entre economistas e instituições financeiras.

    A última pesquisa, divulgada na segunda-feira passada, trouxe pela primeira vez a possibilidade de contração da economia brasileira em 2015 –de 0,42%. Em relação à inflação, o Focus elevou novamente a projeção para este ano, agora em 7,33%.

    Silveira, porém, acredita em uma piora mais acentuada tanto do PIB quanto da inflação. "O mercado ainda está atrasado. Eu acredito em uma queda do PIB que ficará entre 2% e 4%, e em um IPCA de 8,5%", afirma.

    Os investidores também ficarão atentos ao discurso que a presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) fará nesta terça-feira e que poderá trazer mais informações sobre as perspectivas para o aumento de juros nos EUA, o que poderia tirar recursos externos do Brasil.

    Nesta manhã, o BC brasileiro vendeu a oferta total de até 2.000 contratos de swaps cambiais (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). Foram vendidos 100 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.900 para 1º de fevereiro de 2016, com volume correspondente a US$ 97,8 milhões.

    O BC também vendeu a oferta integral de até 13.000 contratos de swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de março, equivalentes a US$ 10,438 bilhões. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 79% do lote total.

    BOLSA

    A Bolsa brasileira opera com instabilidade neste pregão. Às 13h02, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, tinha leve queda de 0,18%, a 51.147 pontos. Das 68 ações negociadas no índice, 31 subiam, 35 caíam e duas operavam inalteradas no horário.

    As ações da Petrobras e da Vale pressionam o índice nesta sessão. Às 13h03, os papéis preferenciais da Petrobras, os mais negociados, tinham queda de 1,65%, a R$ 9,51. As ações ordinárias, com direito a voto, tinham baixa de 1,25%, a R$ 9,42, no horário.

    Na sexta-feira, o juiz da Corte de Nova York, Jed Rakoff, adiou a escolha do investidor líder da ação coletiva contra a Petrobras para o dia 4 de março, afirma a XP Investimentos em relatório. O objetivo é obter mais informações das partes, que deverão entregar até o dia 25 um memorando com argumentos adicionais.

    Segundo a XP, a Corte de Nova York teve um auditório lotado, com representantes de vários escritórios e dos investidores que entraram em 1 das 5 ações coletivas abertas na Corte para investigar as denúncias de corrupção na Petrobras. As ações foram integradas em um único processo. Depois da entrega dos memorandos, em 4 de março, Rakoff anunciará seu escolhido e fará uma teleconferência com as partes.

    As ações da Vale também operam em baixa. Às 13h03, os papéis preferenciais tinham queda de 4,21%, a R$ 18,63. As ações ordinárias caíam 5,08%, a R$ 21,47, no mesmo horário.

    "Há uma realização de lucro das ações relacionadas a commodities, como a Vale e a Petrobras, após as altas expressivas na semana passada", avalia Roberto Indech, analista da corretora Rico.

    Destaque também para a forte alta da Souza Cruz. Às 13h03, os papéis da empresa tinham alta de 9,77%, a R$ 25,96. A British American Tobacco avalia comprar todas as ações que não possui de sua controlada brasileira Souza Cruz, podendo desembolsar mais de R$ 10 bilhões se levar a ideia adiante e a operação tiver adesão maciça dos acionistas minoritários.

    A British American Tobacco disse que o eventual preço a ser pago por ação da Souza Cruz será de R$ 26,75, o que representa um prêmio de 13,1% sobre o valor de fechamento do papel da empresa brasileira na Bovespa na última sexta-feira.

    No setor educacional, as ações da Kroton e da Estácio sobem após a reabertura de inscrições do FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). Às 13h05, os papéis da Kroton avançavam 7,67%, a R$ 12,49. As ações da Estácio tinham alta de 7,29%, a R$ 20,60, no mesmo horário.

    Folhainvest

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